IMPACTOS DA TRANSIÇÃO PARA O ENSINO REMOTO NO TEMPO E QUALIDADE DE SONO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Resumo

Introdução: A declaração de quarentena pelo Ministério da Saúde em Março de 2020, com o intuito de minimizar os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a saúde pública, resultou na posterior transição do ensino presencial para o ensino remoto nas Universidades Federais. Tal mudança teve diferentes impactos na qualidade de vida, sobretudo no sono, dos estudantes do curso de Medicina da UFC. Objetivos: Analisar as repercussões do Ensino Remoto sobre o tempo e qualidade de sono dos estudantes de Medicina da UFC. Metodologia: Foi realizada uma análise quantitativa transversal descritiva, através de um questionário aplicado por meio da plataforma digital Google Forms, com base em parâmetros estabelecidos pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (Whoqol) para análise da saúde física e psicossocial dos estudantes. A aplicação dos questionários contou com a participação de 135 discentes do curso de Medicina da UFC, na faixa etária dos 17 aos 42 anos, sendo todas as respostas consideradas para análise. Resultados: Os resultados obtidos denotaram que a maior parte dos estudantes avaliados dorme entre 6 (40%) e 7 horas (49,6%) por dia. Paralelamente, expressiva porcentagem dos participantes (18,5%) demonstrou-se descontente com seu sono, classificando seu grau de satisfação como "ruim" ou "péssimo". Diante dos dados obtidos, cabe chamar atenção para o tempo de sono obtido pela maior parte dos discentes participantes, pois este está abaixo do estabelecido como suficiente para a faixa etária pela National Sleep Foundation (NTS), além de despertar insatisfação nos discentes, cenário preocupante para o contexto acadêmico, visto que o sono influencia no aprendizado, tendo relação direta com a consolidação e corticalização da memória. Conclusão: Portanto, faz-se necessária a realização de intervenções nesse grupo, visando à melhoria de seu tempo e qualidade de sono, parâmetros essenciais para estabelecimento de sua qualidade de vida conforme a OMS.