QUILOMBOLAR: PERMANECER NEGRO NA UNIVERSIDADE

Resumo

O projeto Quilombolar: permanecer negro na universidade vem atuando desde 2019 no curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará com ações que viabilizem a permanência de estudantes e da cultura negra na universidade e com estudos voltados às questões étnico-raciais na formação em psicologia, atuação profissional e no percurso acadêmico dos estudantes. Vem desde então ampliando seu leque de atividades desenvolvidas, objetivando fazer resistência ao epistemicído negro na universidade e suas implicações na trajetória universitária. Deste modo, oferta espaço de formação e discussão, ao passo que também promove espaço de acolhimento. Conta atualmente com o Grupo Afetivo de Pesquisa, que este ano debruçou-se sobre obras de Lélia Gonzales, buscando refletir sobre a dimensão racial na formação brasileira e o racismo e a dimensão do gênero feminino. Conta também com treinos remotos de capoeira e duas pesquisas em andamento – uma direcionada a compreensão de como o racismo brasileiro está presente na formação da religião Umbanda e outra direcionada ao entendimento de como a prática de mindfulness pode contribuir para amenizar o sofrimento causado pelo racismo. Em seu segundo curso de extensão, discutiu a obra “O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar” da pensadora burkinense Sobonfu Somé., bucando promover reflexão sobre os modos de vida da sociedade ocidental em comparação com os modos vividos na tribo da autora. Ainda este ano, o projeto inaugura o clube leitura de autores negros Quilombojali e lança o Ilá! Podcast, dedicado a divulgação do projeto e os assuntos estudados no formato de entrevistas, com um quadro de contação de histórias africanas, nomeado de Momento Quilombojali. O projeto segue contribuindo para a permanência negra na universidade e o aperfeiçoamento da formação em psicologia, com ações que ultrapassam os muros da academia.