DISCUSSÃO DO FENÔMENO DA GENTRIFICAÇÃO A PARTIR DE AUTORES REFERÊNCIA E RELEV NCIA EM TERRITÓRIO NACIONAL

Resumo

O termo “gentrification”, em português “gentrificação”, foi cunhado na década de 1960, pela socióloga britânica Ruth Glass. A autora descreveu certos processos observados na cidade de Londres, como a mudança da paisagem e a súbita valorização econômica de algumas regiões em decorrência da chegada de novos moradores pertencentes, em sua maioria, a classes sociais mais abastadas. No entanto, com o passar do tempo, o termo foi adquirindo um caráter polissêmico, em virtude de novos autores e novos estudos que passaram a analisar esse fenômeno pelos mais diversos aspectos e pontos de vista. No Brasil, por sua vez, o termo ainda é pouco difundido e devido às divergências semânticas, compreende-se que isso pode dificultar a leitura de situações de gentrificação em solo pátrio. Dessa forma, o presente estudo objetiva elucidar a definição e as características desse fenômeno a fim de compreender as características-chave que podem ser verificadas em âmbito nacional. Para tanto, foi analisada parte da produção dos autores mais relevantes associados ao tema a fim de se obter um panorama mais amplo da produção sobre o assunto e também observar as diferentes abordagens existentes, com foco para possíveis convergências ou divergências entre os estudiosos para, assim, poder nortear a discussão quando transposta para possíveis estudos de caso no Brasil. Por conseguinte, produziu-se uma análise comparativa entre os autores. Por fim, com base nos dados levantados, foi possível observar que grande parte da produção científica acerca do tema está concentrada nos Estados Unidos e Europa Ocidental, de modo que o termo transparece características destes países. Assim, análises a serem aplicadas no Brasil devem se adaptar ao contexto socioeconômico cultural do País e levar em conta o cerne da teoria de gentrificação.