BUMBA-MEU-BOI CANARINHO: TRADIÇÃO E MOVIMENTO QUE ABRAÇAM MINORIAS.
Resumo
As brincadeiras de Boi são encontradas em diversas localidades de nosso país, sendo consideradas um patrimônio imaterial da humanidade. O presente trabalho busca investigar como se caracterizam essas brincadeiras, sob a perspectiva de uma afirmação da ancestralidade negra e indígena, desenvolvidas no Bumba-meu-boi Canarinho, bem como compreender como se dá o processo de ensino e aprendizagem musical dentro do grupo. O Boi Canarinho nasceu a partir da vontade de alguns brincantes de Bois mais tradicionais do Grande Pirambu de se afirmarem e se sentirem acolhidos na brincadeira, podendo fazer parte interpretando qualquer personagem, o que não era possível para alguns, como mulheres ou pessoas transgênero, pois os papéis de destaque eram convencionalmente ocupados por homens-cis. Então, o grupo foi criado para que pessoas que não se enquadravam em um modelo de masculinidade cis-hetero-normativa também pudessem experimentar e vivenciar essas personas dentro do Boi. O grupo, que é formado majoritariamente por pessoas negras, LGBTQIA+ e da periferia, se expressa através da integração de diversas linguagens artísticas na criação de uma estética afro-indígena pautada na cultura e na vivência do terreiro, fazendo referência à tradição do Bumba-meu-boi que existe dentro das religiões de matriz afro-indígena, apesar da grande influência do catolicismo. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, constituindo-se em um estudo de caso, dadas as características singulares do grupo. Por meio do acompanhamento de ensaios e entrevistas com participantes do grupo, foi possível perceber que o processo de ensino e aprendizagem se dá através da oralidade e da corporalidade, onde todos aprendem e ensinam e quem quiser participar é integrado à brincadeira de maneira receptiva. Dessa forma, nota-se que é possível perpetuar a vivência de práticas artístico-culturais ancestrais, adaptando-se ao contexto social atual com inclusão, respeito e diversidade.Downloads
Publicado
2022-01-01
Edição
Seção
IX Encontro de Programas de Educação Tutorial
Licença
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