O GEOPROCESSAMENTO E SEUS ATRAVESSAMENTOS: CARTOGRAFIAS ALTERNATIVAS PARA A SAPORÉ

Autores

  • Ana Beatriz Peixoto Feitosa
  • Virna Weber
  • Samara Barbosa Rodrigues
  • Clarissa Figueiredo Sampaio Freitas

Resumo

O geoprocessamento de dados e a elaboração de mapas compõem estratégias recorrentes no contexto de conflitos territoriais, no entanto, historicamente a produção cartográfica possui uma linguagem tecnicista e tem sua produção restrita à grupos hegemônicos. Diante disso, é importante discutir possíveis alternativas de produção democrática de cartografias na perspectiva dos excluídos (CORRÊA, 2004). Foi a partir dessa premissa que os organizadores do II Fórum de Assessoria Técnica Popular do Nordeste, em parceria com o ArqPET/UFC, inseriram na programação uma oficina intitulada “O geoprocessamento e seus atravessamentos: cartografias alternativas para a Saporé”. Assim, a equipe teve como objetivo a elaboração de um produto capaz de fornecer subsídios nas reivindicações da comunidade Saporé, inserida na ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) Mucuripe, que passa por uma ameaça de remoção para a implementação do Parque Riacho Maceió. Ocorrendo ao longo de um dia, a oficina teve a divisão de momentos teóricos e de prática em campo por turnos. Durante a manhã, foi proposta uma discussão sobre cartografias hegemônicas, além disso, moradores do território puderam explicar para os participantes a situação de conflito fundiário em que se inserem. À tarde, divididos em equipes e organizados em temáticas e possibilidades de ferramentas (analógicas e digitais), os participantes contribuíram na coleta de dados da Saporé, informações que viriam a ser agregadas em documentos elaborados pela assessoria Taramela, atuante no território. Ademais, a atividade pode incitar a discussão e incentivar a mobilização e articulação dos moradores. Ao final da oficina pôde-se confirmar o papel do georreferenciamento e sua democratização na visibilização de conflitos e fortalecimento de movimentações populares. No mais, tanto as estratégias analógicas quanto digitais apresentaram seus pontos positivos e deficitários, sendo identificado o uso combinado como benéfico para a atividade proposta.

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Publicado

2022-01-01

Como Citar

Beatriz Peixoto Feitosa, A., Weber, V., Barbosa Rodrigues, S., & Figueiredo Sampaio Freitas, C. (2022). O GEOPROCESSAMENTO E SEUS ATRAVESSAMENTOS: CARTOGRAFIAS ALTERNATIVAS PARA A SAPORÉ. Encontros Universitários Da UFC, 7(10), 1364. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/86123

Edição

Seção

IX Encontro de Programas de Educação Tutorial