O POTENCIAL ALÉRGENO DAS FRAGRÂNCIAS E O PAPEL DA COSMETOVIGILÂNCIA

Resumo

O uso das fragrâncias dentro da indústria de cosméticos é bastante amplo e são considerados por bastantes consumidores um fator determinante para a escolha de um produto. As essências em geral derivam de óleos essenciais, que por sua vez possuem componentes químicos alergênicos com rotulagem obrigatória nos cosméticos tais como o coumarin, hexyl cinnamal, limonene e o Linalool, comumente presentes em vários tipos de cosméticos. Esses componentes apresentam potencial citotóxico em decorrência da sua oxidação em células endoteliais e fibroblastos, que atuam no processo de cicatrização e manutenção da integridade do tecido conjuntivo. Apesar da ampla utilização das essências, é de conhecimento que tais substâncias possuem um certo grau de potencial alérgeno, ou seja, tendem a causar reações de hipersensibilidade em determinados indivíduos. Tais componentes devem estar explicitamente expostos nos rótulos dos cosméticos de acordo com a RDC N°3, de 18 de janeiro de 2012, de modo a facilitar a identificação por parte do consumidor. O presente trabalho tem como objetivo principal divulgar e esclarecer a origem de tais substâncias e esclarecer como os componentes presentes nelas podem ocasionalmente desencadear reações de hipersensibilidade, bem como apresentar a cosmetovigilância como uma ferramenta a ser utilizada com fim não somente de fiscalizar o processo de produção de cosméticos e realizar intervenções quando necessárias, mas também como uma ferramenta a ser utilizada na educação e conscientização de consumidores, a fim de que o número de reações adversas provocadas a partir de essências utilizadas em cosméticos seja mínima, especialmente devido ao livre acesso que os consumidores possuem ao mais variado tipos de cosméticos.