RELATO DE EXPERIÊNCIA: O DASEIN HEIDEGGERIANO E O PROCESSO DE FORMAÇÃO E SUBJETIVAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO COLETIVO DE VIOLINO

Resumen

Este trabalho se propõe a fazer uma investigação empírica e uma análise conceitual da instância simbólica travada no ensino de violino mantido pelo Projeto Ensino Coletivo de Instrumentos Sinfonia UFC. Para ser mais exato, partindo de minha vivência como estudante de violino e membro constituinte do projeto, lanço mão de conceitos da analítica existencial heideggeriana a partir do método fenomenológico de compreensão do ser, no intuito de averiguar como se dá o processo de compreensão do aluno de violino de si mesmo enquanto ser que existe e, uma vez que não está encerrado apenas em si ― não sendo um ente solipsista ― empreendido em uma rede de relações, se contextualiza dentre seus pares, seu professor, seu instrumento e em seu próprio tempo. A partir deste entendimento, argumento a possibilidade de que esta compreensão de si do ser-aluno-de-violino, ou ainda do vir-a-ser-violinista, implica em sua consciência corporal na aplicação da técnica e, em um processo autorrecursivo, ou dialético, realiza sua potencialidade de existência, forja a si mesmo. Para todos os fins, isso se dá em um processo pedagógico e de significação. Aqui proponho adicionar às reflexões das relações aluno-professor, aluno-instrumento, aluno-si-mesmo, aluno-coletivo; considerando o aporte teórico de Heidegger e as Diretrizes para o Ensino Coletivo de Violino de Liu Man Ying e, em última análise, visando considerar os efeitos do ensino da técnica no processo de formação e subjetivação do aluno.