DA EXPLICAÇÃO A COMPREENSÃO: A CONSTITUIÇÃO DE UM NOVO PARADIGMA EM PSICOPATOLOGIA

Autores

  • John Kepler Aguiar Martins
  • Luiza Cunha Ribeiro
  • Emanuel Meireles Vieira

Resumo

O presente trabalho se constitui como um recorte realizado a partir das discussões presentes na disciplina de Psicopatologia. Nesse contexto, procurou-se explicitar a integração do modelo histórico-compreensivo nos estudos em Psicopatologia e, especificamente, nas novas possibilidades que surgiram acerca da compreensão do fenômeno psicopatológico. Dessa forma, diante do que encontramos nos estudos clássicos de psicopatologia, nos deparamos com o paradigma causalista-explicativo, discurso dominante ao longo da ciência moderna, sobretudo no que concerniu tanto as ciências médicas quanto a Filosofia, ambas áreas do conhecimento que assentaram o terreno de surgimento de uma disciplina psicopatológica. O que encontramos nessa perspectiva é, sobretudo, a constituição de sujeitos que se tornavam passivos diante de suas enfermidades e reféns de variáveis que lhes estavam além de seu controle, ou escopo de compreensão, levando ao ponto de serem destituídos de qualquer humanidade, especialmente quando acometidos pela loucura. Portanto, a tentativa de integração do modelo histórico-compreensivo, próprio das chamadas ciências do espírito, hoje nominadas de ciências humanas, resultou na construção de uma nova tomada de perspectiva acerca do fenômeno psicopatológico. Ela buscou construir uma nova modalidade de Psicopatologia, uma em que a doença não era estranha ao enfermo, ou mesmo lhe desvirtuava de qualquer individualidade, ela era particularmente familiar. Sobre esse prisma, constituiu-se uma nova leva de teorias psicopatológicas que, inspiradas por essa nova forma de pensar, irão manifestar o Homem diante de suas condições de enfermidade, como horizonte de possibilidade diante das condições que se manifestam para além da doença. Dessa maneira, o módulo de Humanismo, Existencialismo e Fenomenologia se matizou, no contexto dessa discussão, expondo a constituição de formas humanizadas de cuidado e o desembocar de uma chamada Psicopatologia Fenomenológica.

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Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

XXXI Encontro de Iniciação à Docência