Práticas de cuidado em contexto de Acolhimento Institucional: perspectivas de vínculo e afeto // Care practices in a children shelters: a bonds and affection perspective

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/revpsiufc.16.2025.e025001

Palavras-chave:

Afetos, vínculos, cuidado, acolhimento institucional, infância

Resumo

O presente artigo busca realizar uma análise dos vínculos e construções afetivas como potências transformadoras no âmbito do Acolhimento Institucional infanto-juvenil, compreendendo o cuidado enquanto uma dimensão ético-política. Em um viés de retificação do papel formativo dos afetos nos processos de subjetivação dos(as) acolhidos(as) e dos trabalhadores, salienta-se a importância do desenvolvimento de Políticas de Assistência Social de superação ao tecnicismo como estratégia de rompimento às narrativas de “culpabilização” que reiteram e reafirmam as condições de vulnerabilidade, violências e pobreza vivenciadas. Alinhado com o pensamento Espinosano, este artigo transcreve o caminho de um relato de experiência no campo da psicologia, construída a partir das vivências de um estágio curricular em um Acolhimento Institucional no município de Vitória - ES. Assim, aponta-se para a importância da construção de vínculos e afetos alegres nas práticas profissionais nos serviços de acolhimento, bem como o fortalecimento de Políticas de Assistência Social em uma postura crítica e implicada atravessada pela defesa dos direitos sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Brandão, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestranda em Psicologia Institucional na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Graduada em Psicologia na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Lara Brum de Calais, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora em Psicologia. Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Referências

Assunção, A. I. D. S., Cruz, E. J. S. D., Cavalcante, L. I. C., & Pedroso, J. D. S. (2021). Percepções de educadores sobre vínculos afetivos com crianças em acolhimento institucional. Mudanças - Psicologia da Saúde, 29(2), 33–41. https://doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v29n2p33-41

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1988). Brasília, DF. Recuperado em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF. Recuperado em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (2000, Agosto). Histórico da Política de Assistência Social. Texto produzido para Capacitação Regional de Conselheiros Estaduais e Municipais de Assistência Social.

Brazão, J. C. C., & Barros Rauter, C. M. (2014). Sintonia afetiva e intersubjetividade na obra de Daniel Stern. Ayvu: Revista de Psicologia, 1(1), 3. https://doi.org/10.22409/ayvu.v1i1.22168

Conselho Nacional de Assistência Social. (2009). Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (2o ed). Brasília: Autor. Recuperado de https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes-tecnicas-servicos-de-alcolhimento.pdf

Deleuze, G. (2002). Sobre a diferença da Ética em relação a uma moral. Em Espinosa: Filosofia prática (p. 23–35). São Paulo: Escuta.

Dimenstein, M. (2013). Práticas psicológicas e políticas públicas: A vida que emerge nas adversidades. Em L. R. da , L. Rodrigues, & N. M. F. Guareschi, Interlocuções entre a psicologia e a política nacional de assistência social (1o ed, p. 8–10). Santa Cruz do Sul: EDUNISC.

Faria, N. C., & Calais, L. B. D. (2022). Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes: Re(In)flexões sobre o trabalho com as famílias. Revista Gestão & Políticas Públicas, 12(2), 202–220. https://doi.org/10.11606/rgpp.v12i2.194917

Foucault, M. (2008). Nascimento da biopolítica: Curso dado no Collège de France (E. Brandão, Trad.). Martins Fontes. (Trabalho original publicado 2004)

Gonzalez, L. (2020). Discurso na Constituinte. In: Por um feminismo afro-latino-americano. Editora Schwarcz-Companhia das Letras. p.244-262

Guareschi, N. M. de F., Lara, L. de, & Adegas, M. A. (2010). Políticas públicas entre o sujeito de direitos e o homo oeconomicus. Psico, 41(3), 332–339. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/8163

Kastrup, V., & Fernandes, C. H. (2018). A atenção conjunta e o bebê cartógrafo: A cognição no plano dos afetos. Ayvu: Revista de Psicologia, 5(1), 117–139. https://doi.org/10.22409/ayvu.v5i1.27403

Lasta, L. L., & Guareschi, N. M. de F. (2018). Políticas de assistência social: Entre a produção/governo da vida. Revista Polis e Psique, 8(3), 70–87. https://doi.org/10.22456/2238-152X.86213

Lemos, S. D. C. A., Gechele, H. H. L., & Andrade, J. V. D. (2017). Os vínculos afetivos no contexto de acolhimento institucional: Um estudo de campo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 33(0), 1–10. https://doi.org/10.1590/0102.3772e3334

Oliveira, P.; Calais, L.; Abreu, D.; Silva, M. & Pinto, N. (2022). Vínculo, afeto, trabalho em saúde: aproximações ético-políticas sobre o cuidado. Psicologia Argumento. 39(108). 1532-1556.

Paiva, I. L. D., Moreira, T. A. S., & Lima, A. D. M. (2019). Acolhimento Institucional: Famílias de origem e a reinstitucionalização. Revista Direito e Práxis, 10(2), 1405–1429. https://doi.org/10.1590/2179-8966/2019/40414

Rodrigues, A. C. M., Oliveira, C. P. D., & Calais, L. B. D. (2022). O afeto enquanto práxis transformadora da realidade: A dimensão humana e a ação política da Psicologia. Mnemosine, 18(1), 172–192. https://doi.org/10.12957/mnemosine.2022.66394

Scisleski, A. C. C., Gonçalves, H. S., & Cruz, L. R. D. (2015). As práticas da Psicologia nas políticas públicas de assistência social, segurança pública e juventude. Revista de Ciências Humanas, 49(2), 60–74. https://doi.org/10.5007/2178-4582.2015v49n2p60

Senra, C. M. G., & Guzzo, R. S. L. (2012). Assistência social e psicologia: Sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade, 24(2), 293–299. https://doi.org/10.1590/S0102-71822012000200006

Silva, M. R. da C., & Germano, Z. (2015). Perspectiva psicanalítica do vínculo afetivo: O cuidador na relação com a criança em situação de acolhimento. Psicologia Ensino & Formação, 6(2), 37–53. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2177-20612015000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Siqueira, A. C., & Dell’Aglio, D. D. (2006). O impacto da institucionalização na infância e na adolescência: Uma revisão de literatura. Psicologia & Sociedade, 18(1), 71–80. https://doi.org/10.1590/S0102-71822006000100010

Veras, M. (2001). Exclusão Social: Um problema de 500 anos. Em S. Bader, As Artimanhas da Exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social (2o ed, p. 27–50). São Paulo: Editora Vozes.

Winkelmann, F. M. da S., Guareschi, N. M. de F., & Hadler, O. H. (2021). Juventude e as práticas de patologização no acolhimento institucional. Psicol. argum, 39(105), 542–565. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/26880

Publicado

2025-01-18

Como Citar

Brandao Barros, M., & Brum de Calais, L. (2025). Práticas de cuidado em contexto de Acolhimento Institucional: perspectivas de vínculo e afeto // Care practices in a children shelters: a bonds and affection perspective. Revista De Psicologia, 16, e025001. https://doi.org/10.36517/revpsiufc.16.2025.e025001