Apropriação da escrita como possibilidade de reconfiguração dos processos de subjetivação da criança autista // The appropriation of writing as a possibility of reconfiguration of the subjectivation processes of the autistic child
DOI:
https://doi.org/10.36517/revpsiufc.16.2025.e025006Palavras-chave:
Autismo, psicanálise, escrita, inclusãoResumo
O presente artigo destaca a importância da apropriação da escrita para algumas crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista no âmbito escolar, refletindo como esse dispositivo pode reconfigurar a posição subjetiva dessas crianças, ao se apresentar para ela como um recurso disponível para a comunicação. Apresenta estudos recentes que elucidam esse processo a partir de um ato educativo responsável e ético, que resgate o sujeito em sua singularidade. Por fim, alerta sobre o silenciamento epistemológico nas instituições escolares sobre as contribuições da psicanálise e da teoria sócio-histórica para a inclusão das crianças com diagnóstico de autismo, apontando que esse apagamento teórico-prático pode ser prejudicial para os educadores por dificultar escolhas entre os diferentes tipos de atendimentos a essas crianças no âmbito da educação inclusiva. Neste percurso, propomos pensar o fazer pedagógico a partir de uma orientação que tome o aluno como sujeito e esteja atenta à singularidade que se impõe a cada um no ambiente coletivo da escola.
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