A evolução cética da filosofia na ficção de Machado de Assis ao longo de quatro encontros na Rua do Ouvidor
DOI:
https://doi.org/10.36517/Argumentos.25.5Palavras-chave:
Machado de Assis. Rio de Janeiro. Ceticismo. Pascal. Estética.Resumo
São analisados no artigo quatro encontros na Rua do Ouvidor do narrador ficcional e protagonista de quatro narrativas de Machado de Assis. As narrativas são examinadas diacronicamente de modo a mostrar a evolução de uma perspectiva cética ao longo da ficção machadiana. Cada encontro sinaliza uma etapa na construção dessa perspectiva. No Primeiro Encontro são apresentadas as condições prévias ao surgimento da perspectiva cética na segunda fase. Examine-se o conto Felicidade pelo Casamento publicado no início da primeira fase da obra do escritor, no qual a aparência se contrapõe à realidade, caracterizando uma perspectiva dogmática. No Segundo Encontro, destacado das Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance que inicia a segunda fase e a perspectiva cética, a aparência penetra até o âmago da realidade, caracterizando uma perspectiva pascaliana. No Terceiro Encontro, flagrado no romance Dom Casmurro, a aparência obscurece a realidade, caracterizando uma perspectiva cética clássica. Enfim, no Quarto Encontro, presente no último romance de Machado, o Memorial de Aires, a aparência é o objeto e alvo último da percepção, caracterizando uma perspectiva cética-estética original machadiana. O artigo começa com uma apresentação da importância da Rua do Ouvidor na obra de Machado em geral.
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