Alcibíades, o "natural" não-filósofo

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Palavras-chave:

Alcibíades. Paixões. Scala amoris.

Resumo

Partindo do pressuposto de que no projeto pedagógico de Sócrates, Alcibíades foi considerado um grande fracasso, proponho retomar o Banquete de Platão, cotejado com Vida de Alcibíades de Plutarco e História da Guerra do Peloponeso de Tucídides, para pensar o movimento das paixões na figura do controverso general e político ateniense, discípulo apaixonado por Sócrates, cuja estrutura psíquica se situa entre a dimensão dos desejos voltados para os apetites e para a glória individual. Na sua ânsia de viver intensamente, Alcibíades revela ter consciência e até mesmo prazer em ser um não-filósofo que dialoga e teme o discurso de seu outro, o filósofo, representado por Sócrates. Proponho, pois, que o impedimento de Alcibíades para se tornar filósofo é o fato de não atingir o percurso final da scala amoris, visto desejar com intensidade o indivíduo Sócrates, apesar da ausência de beleza corpórea de seu amado, além de reconhecer e louvar suas belas ações, o que permite pensar que atingiu a esfera da beleza das almas.

Biografia do Autor

Jovelina Maria Ramos de Souza, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutorado pelo Programa de Doutorado Integrado em Filosofia UFPB/UFPE/UFRN. Professora Associada 1 da Universidade Federal do Pará. Atua na área de Filosofia Antiga e recepção dos Estudos Clássicos

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Publicado

2024-07-08

Edição

Seção

Dossiê Transposições nos Estudos da Antiguidade(s)