USO DE SEQUÊNCIAS DO mtDNA PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM EXEMPLAR DE GOLFINHO ROTADOR, Stenella longirostris (Gray 1828), ENCALHADO NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL

Autores

  • Manuel Antonio A. Furtado Neto Pesquisador do Grupo de Estudo de Cetáceos do Ceará (GECC), Laboratório de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, Av. da Abolição 3207, Fortaleza. 60165-081 e bolsista de Doutorado da Canadian lntemational Development Agency (CIDA), na Memorial University of Newfoundland, Canadá.
  • Everaldo L. Queiroz Professor do Instituto de Biologia e pesquisador do Grupo de Estudo de Cetáceos da Bahia (GECET). Universidade Federal da Bahia.
  • Alexandre Novaes Zerbin Bolsista de Mestrado do CNPq, Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
  • Steven M. Carr Associate Professor, Department of Biology, Memorial University of Newfoundland, Canadá. 83 I

DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v31i1-2.31377

Palavras-chave:

Stenella longirostris, DNA mitocondrial, identificação, genética molecular, Estado da Bahia.

Resumo

Um filhote de golfinho do gênero Stenella foi encontrado morto na praia de 5tella Mares (13°00'30"5 e 38°27'20"W), Salvador-Bahia, em 7 de Junho de 1995. As características externas desse indivíduo indicavam tratar-se de um golfinhorotador, Stenella longirostris. Entretanto, a possibilidade do exemplar corresponder a um golfinho de Clymene, S.
clymene, não pode ser descartada em consequência do desconhecimento dos padrões morfológicos e de coloração de exemplares juvenis desta espécie os quais são muito semelhantes aos de S. longirostris. Para confirmar a identidade do exemplar da Bahia, um fragmento de 401 pares de bases nitrogenadas do gene do citocromo b do DNA  mitocondrial (mtDNA) foi amplificado e sequenciado a partir de amostra do tecido muscular deste individuo. 5equências de DNA de 8 espécies da família Delphinidae (Stenella attenuata, S. frontalis, S. longirostris, Steno bredanensis, Sotalia fluviatilis, Delphinus delphis, Tursiops truncatus e Lagenorhynchus acutus) foram obtidas de amostras de tecidos ou do banco de genes NCBI GenBank, e usadas para realizar uma análise filogenética tendo a baleia azul (Balaenoptera musculus) como grupo externo. Foram observadas duas diferenças de pares de bases nitrogenadas entre a sequência de mtDNA do animal da Bahia e a sequência de S. longirostris proveniente de Fernando de Noronha, e nove diferenças para um indivíduo da mesma espécie do Atlântico Norte, enquanto 17 diferenças foram reportadas para S. clymene. Estes
resultados confirmam que o exemplar da Bahia pertence a espécie S. longirostris. Análise filogenética usando máxima parsimônia deram suporte ao resultado. Este trabalho constitui um exemplo de como genética molecular pode ser utilizada para resolver problemas de identificação de mamíferos marinhos.

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Publicado

2018-03-05

Edição

Seção

Artigos originais