PESCA ACIDENTAL DE ESPÉCIES NÃO-ALVO NO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICAPESCA ACIDENTAL DE ESPÉCIES NÃO-ALVO NO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Bycatch of non-target species in Brazil: A systematic review

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DOI:

https://doi.org/10.32360/acmar.v57i1.83322

Resumo

A captura acidental, conhecida como bycatch, corresponde aos recursos não-alvos capturados, mas que não serão comercializados, seja por falta de interesse econômico ou por aspectos legais, configurando uma séria ameaça para diversas espécies marinhas, resultando no desperdício substancial de recursos alimentares potenciais. Contudo, a gestão pesqueira ainda enfrenta dificuldades de diversas origens que limitam sua capacidade ordenadora, sobretudo a falta de informações relacionadas aos impactos da pesca sobre a fauna, principalmente aquelas sem interesse comercial. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi compilar as informações relacionadas a pesca acidental no Brasil, através de uma revisão sistemática da literatura disponível. Para isso, foi realizado uma busca em quatro bases de dados por meio do protocolo para revisões sistemáticas e meta-análises PRISMA, resultando em 34 artigos. Os dados obtidos mostraram que a região Sul do Brasil deteve o maior número de capturas acidentais (36%), em comparação com as demais regiões. Cerca de 76% das capturas acidentais descritas nessa revisão ocorreram durante a pesca de duas espécies de camarões: Xiphopenaeus kroyeri (camarão-sete-barbas) e Farfantepenaeus paulensis (camarão rosa). Consequentemente, a rede-de-arrasto foi a arte-de-pesca mais utilizada durante incidentes com fauna acompanhante, sendo responsável por 57% das capturas descritas na literatura. Dentre os grupos mais afetados, os peixes ósseos obtiveram o maior número de famílias capturadas de modo acidental, com destaque para Sciaenidae, com o maior número de espécies impactadas dentre todos os grupos avaliados. De modo geral, as informações disponíveis na literatura sobre as capturas acidentais ainda são insuficientes para caracterizar o real estado de degradação causado pela captura acidental de espécies não-alvo, deixando evidente a necessidade de mais estudos.

Palavras-chave: Capturas acidentais, descarte, impactos ambientais, protocolo PRISMA

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Publicado

2024-05-20

Edição

Seção

Revisões científicas