Fenomenografia como método de pesquisa para a educação em Administração

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19094/contextus.2022.71414

Palavras-chave:

fenomenografia, método de pesquisa, educação em administração, experiência, ensino

Resumo

Este ensaio teórico caracteriza a fenomenografia como método de pesquisa para ampliar a compreensão do fenômeno da educação em administração no Brasil. A evolução histórica, o posicionamento epistemológico e os elementos básicos do método são apresentados, além de uma descrição do processo de pesquisa fenomenográfica, com ênfase no cenário, e os procedimentos de coleta e análise de dados para identificar as percepções ou concepções convergentes. Para o ensino de Administração, os resultados dos estudos embasados na fenomenografia podem auxiliar os agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem a compreender como alunos e professores vivenciam os fenômenos e auxiliar não só na forma como os currículos são estruturados, mas também no processo de planejamento e ensino no ambiente onde os alunos aprendem.

Biografia do Autor

Gabriela Tavares dos Santos, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Professora do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da UFPB. Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Aprendizagem e Conhecimento - NAC.

Anielson Barbosa da Silva, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – PPGA/UFSC. Professor do Programa de Pós Graduação em Administração (PPGA) e do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI) da Universidade Federal da Paraíba –UFPB. Coordenador do Núcleo de Estudos em Aprendizagem e Conhecimento – NAC e Fundador do Observatório de Pesquisa e Prática em Administração (OPPA) na UFPB. Interesse em pesquisa nas áreas de Liderança e Aprendizagem Gerencial, Gestão por Competências, Educação em

Referências

Åkerlind, G. S. (2004). A new dimension to understanding university teaching. Teaching in Higher Education, 9(3), 363-375. https://doi.org/10.1080/1356251042000216679

Åkerlind, G. S. (2008). A phenomenographic approach to developing academics’ understanding of the nature of teaching and learning. Teaching in Higher Education, 13(6), 633-644. https://doi.org/10.1080/13562510802452350

Åkerlind, G., Mckenzie, J., & Lupton, M. (2014). The potential of combining phenomenography, variation theory and threshold concepts to inform curriculum design in higher education. In J. Huisman & M. Tight (Eds.), Theory and Method in Higher Education Research II. International Perspectives on Higher Education Research, 10. UK: Emerald Group Publishing Limited. https://doi.org/10.1108/s1479-3628(2014)0000010017

Amaro, R. A. (2020). Concepções de trabalho e desenvolvimento da competência profissional: Estudo fenomenográfico com agentes locais de inovação do Sebrae. Organizações & Sociedade, 27(92), 15-34. https://doi.org/10.1590/1984-9270921

Amaro, R. D. A., & Brunstein, J. (2014). As contribuições da fenomenografia para os estudos da competência profissional. Revista Alcance, 21(4), 585-611. https://doi.org/10.14210/alcance.v21n4.p585-611

Broman, S. L. S., Ruas, R. L., & Rocha-Pinto, S. R. (2019). A construção de competências coletivas na dinâmica das rotinas orçamentárias. Cadernos EBAPE.BR, 17, 871-885. https://doi.org/10.1590/1679-395174729

Burrell, G., & Morgan, G. (2017) Sociological paradigms and organizational analysis: Elements of the sociology of corporate life. New York: Routledge. https://doi.org/10.4324/9781315609751

Çekmez, E., Yildiz, C., & Bütüner, S. Ö. (2012). Phenomenographic research method. Electronic Journal of Science and Mathematics Education, 6(2), 77-102.

Cherman, A., & Rocha-Pinto, S. R. da (2016). Valoração do conhecimento nas organizações e sua incorporação nas práticas e rotinas organizacionais. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 18(61), 416-435. https://doi.org/10.17771/pucrio.acad.23561

Cousin, G. (2009). Researching learning in higher education: An introduction to contemporary methods and approaches. New York: Routledge. https://doi.org/10.4324/9780203884584

Dadkhah, M., Lagzian, M., & Santoro, G. (2019). How can health professionals contribute to the internet of things body of knowledge: a phenomenography study. Journal of Information and Knowledge Management Systems, 49(2), 229-240. https://doi.org/10.1108/vjikms-10-2018-0091

Faria-Schützer, D. B. Surita, F. G. Alves, V. L. P., Bastos, R. A., Campos, C. J. G., & Turato, E. R. (2021) Seven steps for qualitative treatment in health research: The clinical-qualitative content analysis. Ciência & Saúde Coletiva, 26(1), 265-274. https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.07622019

Feldon, D. F., & Tofel-Grehl, C. (2018). Phenomenography as a foundation for mixed models research. American Behavioral Scientist, 62(7), 887-899. https://doi.org/10.1177/0002764218772640

Godoi, C. K. (2015). Grupo de discussão como prática de pesquisa em estudos organizacionais. Revista de Administração de Empresas, 55(6), 632-644. https://doi.org/10.1590/s0034-759020150603

Han, F., & Ellis, R. A. (2019). Using phenomenography to tackle key challenges in science education. Frontiers in Psychology, 10, 1414. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.01414

Imoniana, J. O., & Aquino, A. A. (2017). Contabilidade forense e perícia contábil: Um estudo fenomenográfico. Revista Organizações em Contexto, 13(26), 101-126.

Inglat, L. P. S., & Villardi, B. Q. (2018). Refletindo sobre a fenomenografia na prática de pesquisa qualitativa em organizações: Pesquisador reflexivo e reflexão pública. Revista ADM.MADE, 22(2), 62-79. https://doi.org/10.21714/2237-51392018v22n2p062079

Ireland, J. T. M., Neofa, Z., & Harding, T. (2009). The tale of four researchers: Trials and triumphs from the phenomenographic research specialization. Proceedings of the Australian Association for Research in Education (AARE) 2008 International Research Conference. Changing Climates: Education for Sustainable Futures. The Australian Association for Research in Education. https://doi.org/10.1007/bf03219531

Jardim, L. S. S., & Rocha-Pinto, S. R. (2017). Desvelando a competência em rotinas de programação da produção a partir do método fenomenográfico. Revista Alcance, 24(4), 602-618. https://doi.org/10.14210/alcance.v24n4(Out/Dez).p602-618

Kember, D., & Kwan, K.P. (2000). Lecturers’ approaches to teaching and their relationship to conceptions of good teaching. Instructional Science, 28(5), 469-490. https://doi.org/10.1007/978-94-010-0593-7_10

Khan, S. H. (2014). Phenomenography: A qualitative research methodology in Bangladesh. International Journal on New Trends in Education and Their Implications, 5(2), 34-43.

Light, G., & Calkins, S. (2015). The experience of academic learning: uneven conceptions of learning across research and teaching. Higher Education, 69(3), 345-359. https://doi.org/10.1007/s10734-014-9779-0

Marton, F. (1981). Phenomenography - describing conceptions of the world around us. Instructional Science, 10(2), 177-200. https://doi.org/10.1007/bf00132516

Marton, F. (1994). The idea of phenomenography. In R. Ballantyne & C. Bruce (Eds.), Phenomenography: Philosophy and practice (pp. 7-8). Centre for Applied Environmental and Social Education Research Printed in Brisbane. Brisbane/Australia: QUT Publications and Printing.

Merriam, S. B., & Tisdell, E. J. (2015). Qualitative research: A guide to design and implementation. San Francisco: John Wiley & Sons.

Minayo, M. C. S., Deslandes, S. F., & Gomes, R. (2011). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes.

Pherali, T. (2011). Phenomenography as a research strategy: Researching environmental conceptions. Germany: Lambert Academic Publishing.

Postareff, L., Lindblom-Ylänne, S., & Nevgi, A. (2008). A follow-up study of the effect of pedagogical training on teaching in higher education. Higher Education, 56(1), 29-43. https://doi.org/10.1007/s10734-007-9087-z

Renström, L., Andersson, B., & Marton, F. (1990). Students’ conceptions of matter. Journal of Educational Psychology, 82(3), 555. https://doi.org/10.1037/0022-0663.82.3.555

Rocha-Pinto, S. R., Jardim, L. S., Broman, S. L. S., Guimarães, M. I. P., & Trevia, C. F. (2019). Phenomenography’s contribution to organizational studies based on a practice perspective. RAUSP Management Journal, 54, 384-398. https://doi.org/10.1108/rausp-05-2019-0085

Samuelowicz, K., & Bain, J. D. (2001). Revisiting academics’ beliefs about teaching and learning. Higher Education, 41(3), 299-325. https://doi.org/10.1023/a:1004130031247

Sandberg, J. (2000). Understanding human competence at work: An interpretative approach. Academy of Management Journal, 43(1), 9-25. https://doi.org/10.2307/1556383

Santos, L. S., Leal, F. G., Alperstedt, G. D., & Feuerschütte, S. G. (2018). O método fenomenográfico na pesquisa científica em administração no Brasil: análise e discussão sobre seu uso. Revista de Ciências da Administração, 20(50), 129-146. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2018v20n50p129

Santos, G., & Silva, A. (2019). “Mergulhando” nos significados e revelando concepções do ser professor na administração. Revista de Administração Mackenzie, 20(5),1-34. https://doi.org/10.1590/1678-6971/eRAMG190144

Silva, A.B. & Roman, J., Neto (2010). Perspectiva multiparadigmática nos estudos organizacionais. In C. K. Godoi, R. Bandeira-de-Mello & A. B. Silva (Orgs.), Pesquisa Qualitativa em Estudos Organizacionais: Paradigmas, Estratégias e Métodos (pp. 63-97). 2 ed. São Paulo: Saraiva.

Soares, J. R. R., & Godoi, C. K. (2017). A metodologia da análise sociológica do discurso em estudos turísticos: O processo de transformação da imagem turística e sua relação com a lealdade. Pasos – Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 15(1), 245-260. https://doi.org/10.25145/j.pasos.2017.15.015

Shenton, A. K., & Hayter, S. (2006). Terminology deconstructed: Phenomenographic approaches to investigating the term “information”. Library & Information Science Research, 28(4), 563-578. https://doi.org/10.1016/j.lisr.2006.10.003

Stake, R. E. (2016). Pesquisa qualitativa: Estudando como as coisas funcionam. Porto Alegre: Penso Editora. https://doi.org/10.18675/1981-8106.v30.n.63.s14553

Svensson, L. (1997) Theoretical foundations of phenomenography. Higher Education Research & Development, 16(2), 159-171. https://doi.org/10.1080/0729436970160204

Trevia, C. F., Broman, S. L. S., Jardim, L. S., Rocha-Pinto, S. R., & Guimarães, M. I. P. (2018). Qualidade em Fenomenografia nas Organizações. Revista ADM.MADE, 22(2), 48-61. https://doi.org/10.21714/2237-51392018v22n2p048061

Trevia, C. F., Jardim, L. S., & Rocha-Pinto, S. R. (2020). Governança corporativa e fenomenografia: Revisão de literatura e proposição de abordagem teórico-metodológica. Revista Organizações em Contexto, 16(31), 247-265.

Vidal, D. S. M., & Rocha-Pinto, S. R. (2020). A incorporação da 'accountability' em rotinas organizacionais de controles internos. Revista Ciências Administrativas, 26, 1-15. https://doi.org/10.5020/2318-0722.2020.8095

Wood, K. (2000). The experience of learning to teach: Changing student teachers’ ways of understanding teaching. Journal of Curriculum Studies, 32(1), 75-93. https://doi.org/10.1080/002202700182862

Zhao, J., Mcconnell, D., & Jiang, Y. (jan. 2009). Teachers’ conceptions of e‐learning in Chinese higher education. Campus-Wide Information Systems, 26(2), 90-97. https://doi.org/10.1108/10650740910946800

Downloads

Publicado

2022-02-22

Como Citar

Tavares dos Santos, G. ., & da Silva, A. B. (2022). Fenomenografia como método de pesquisa para a educação em Administração. Contextus – Revista Contemporânea De Economia E Gestão, 20, 42–53. https://doi.org/10.19094/contextus.2022.71414

Edição

v. 20: jan/dez 2022

Seção

Artigos

Licença

 

Os autores, no ato da submissão, aceitam a declaração abaixo:

Nós autores mantemos sobre nosso artigo publicado os direitos autorais e concedemos à revista Contextus o direito de primeira publicação, com uma licença Creative Commons na modalidade Atribuição – Não Comercial 4.0 Internacional, a qual permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.

Temos ciência de estarmos autorizados a assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), também com reconhecimento tanto da autoria, quanto da publicação inicial neste periódico.

Atestamos que o artigo é original ou inédito, não foi publicado, até esta data, em nenhum periódico brasileiro ou estrangeiro, quer em português, quer em versão em outra língua, nem está encaminhado para publicação simultânea em outras revistas.

Sabemos que o plágio não é tolerado pela revista Contextus e asseguramos que o artigo apresenta as fontes de trechos de obras citadas, incluindo os de qualquer trabalho prévio produzido e publicado pelos próprios autores.