ROUSSEAU: INDIVÍDUO, REPÚBLICA E EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.30611/2019n15id43132Palavras-chave:
República, Indivíduo, EducaçãoResumo
Ao se focalizar o homem, é inevitável tocar na questão de sua formação e da educação, questões que fazem parte da tradição filosófica iniciada por Platão em sua obra A República. Tradição que também é mantida por Rousseau em suas obras. A ênfase que se dá ao assunto gira em torno da adaptação do homem a um determinado contexto, sobretudo ao contexto de uma República, o que pode ser definido a partir de uma pergunta: que processo formativo seria adequado à formação do homem para que ele pudesse se realizar neste contexto? A partir desta pergunta, o presente trabalho buscou discutir a importância da formação como mecanismo para preservar a constituição do indivíduo, a qual possibilite a este a construção de sua própria realização. O caminho metodológico foi percorrido através da análise de duas obras de Rousseau, são elas Emílio ou Da educação e Do contrato social. No Emílio, o filósofo de Genebra aponta para um indivíduo que tem a possibilidade de superar a perspectiva de dependência marcada pela vida em sociedade. Desta forma, se procura apresentar o quão importante é a formação do indivíduo para que ele possa garantir a manutenção e a construção de uma estrutura social, de uma república, que lhe possibilite a sua realização. A estrutura social só poderá se sustentar com a atuação de indivíduos que tenham a si próprios. Isto significa que durante o processo formativo a constituição do indivíduo deve ser assegurada. Só tem a posse de si, quem tem sua constituição mantida por um rigoroso processo formativo. Assim, na medida em que os indivíduos são formados para assumirem uma postura de não dependência, os mesmos terão condições de construírem uma república, cuja dinâmica irá fortalecer a realização de todos os seus membros.
Referências
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