A História do Saber enquanto determinante do Filosofar: Uma breve introdução a Filosofia da História de Michel Onfray

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DOI:

https://doi.org/10.30611/2013n2id5107

Resumo

A filosofia enquanto processo histórico constantemente promove uma seleção de autores/escolas/sistemas, justificando tal ação de acordo com a relevância histórica e as contribuições trazidas por estes para com aquilo definido e aceito enquanto saber filosófico contemporâneo. Esse processo não somente legitima aquilo que será levado adiante para as próximas gerações enquanto saber filosófico, mas também segrega e por que não, expulsa autores/sistemas/escolas de seu conjunto, promovendo assim uma verdadeira separação entre o filosófico e o não-filosófico. Sobre qual principio regulador tal segregação é orientada? Qual o critério determinante para que este ou aquele autor/sistema/escola venha constituir parte da história da filosofia em detrimento de outros que não constituem espaço em seu estudo? Diante dessa complexa situação o filósofo contemporâneo Michel Onfray (1959) pretende acusar o desenvolvimento histórico do saber humano como processo intencional de manipulação histórica promovido pelas instituições de poder em determinados períodos da história da humanidade, a saber: a antiga academia de Platão e o catolicismo medieval. Essas instituições teriam em suas respectivas épocas o poder de instituir um critério de demarcação determinante entre o filosófico e o não-filosófico, o qual selecionaria aquilo que por sua vez passaria a ser compreendido pelas gerações seguinte como de fato um saber filosófico. Tal perspectiva remete a obra escrita por Michel Onfray: Contra História da Filosofia (2008) onde o autor apresenta dois movimentos aparentemente distintos, mas que constitui em seu processo um elo causal o qual acaba por corroborar para com sua teoria da história. O primeiro movimento se refere filosofia enquanto resultante de um conflito histórico iniciado na antiga Grécia de Platão, com fins de instituir o verdadeiro meio pelo qual nos seria possível alcançar a verdade, algo que acabaria, por conseqüência, promovendo o surgimento de um critério de demarcação entre o filosófico e o não-filosófico. O segundo movimento viria como conseqüência da instauração de um único e verdadeiro modus filosófico: o respaldo a tradição. Tais processos acabariam por promover o surgimento de uma história da filosofia hegemônica que por sua vez viria a orientar o filosofar das futuras gerações.

Palavras-Chave: Michel Onfray; Filosofia; História; Poder; Hegemonia

Biografia do Autor

Artur Rodrigo Lopes Filho, PUCRS - Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela ESPM/RS; Licenciado em Filosofia pela UNILASALLE/Canoas; Mestre em Filosofia pela UNISINOS; Doutorando em Filosofia pela PUCRS. Atualmente, professor do departamento de Educação da FURG (Universidade Federal do Rio Grande).

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Artigos Fluxo Contínuo