A religião em Feuerbach: Deus não é Deus, mas o Homem e/ou Natureza divinizados

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DOI:

https://doi.org/10.30611/2014n4id5172

Resumo

Em sua obra principal, A Essência do Cristianismo, Feuerbach mostra que o Cristianismo coloca no seu cume um deus pessoal, ilimitado, que cria através do “puro pensar” e do “querer” a natureza e o homem. Já em A Essência da Religião e nos Complementos e Esclarecimentos para a Essência da Religião, Feuerbach analisa a religião natural, na qual deus é um ser físico, idêntico à natureza. Assim como a religião cristã transformou a essência humana em deus, do mesmo modo a religião natural fez da natureza um deus. Mas, para Feuerbach, o deus cristão não é um ser não-humano, mas o próprio homem adorado como divino, assim também o deus físico da religião natural não é deus, mas a própria natureza divinizada. Frente a tais religiões, Feuerbach quer resgatar tanto o homem como a natureza e estabelecer entre eles uma nova relação: o homem não apenas como um ser espiritual, mas também de necessidade, finito, sensível, que depende da natureza, e esta última não como obra de deus, nem do homem, mas como instância originária, como causa dela mesma, e que sem ela, o homem é nada, não pode ser. Homem e natureza se completam: o homem deve sua existência, seu nascimento e preservação à natureza, mas esta é melhor preservada, desenvolvida e conhecida por meio do homem.

Biografia do Autor

Eduardo F. Chagas, Universidade Federal do Ceará, UFC

Doutor em Filosofia pela Universität Kassel (2002). Professor Associado III do Curso de Filosofia e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFC. Professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira da UFC.

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Dossiê Filosofia e Religião