TRANSIÇÃO SOCIALISTA EM MÉSZÁROS: “TRANSCENDER” / SUPERAR A MONTANHA – O TRABALHO ASSALARIADO, O CAPITAL E O ESTADO

Autores

  • Celeste Deográcias de Souza Bitencourt

DOI:

https://doi.org/10.30611/2015n7id5193

Resumo

A leitura do livro do filósofo húngaro István Mészáros, lançado no Brasil em 2015, A montanha que devemos conquistar: reflexões acerca do Estado, motivou-nos a apresentar nossas reflexões. Objetivamos expor nosso entendimento de que esse último título, ao centrar-se na “crítica socialista radical do Estado”, articula-se com toda a produção anterior do autor. Adotamos o procedimento de leitura e análise imanente do texto, apreendendo que o autor reafirma a perspectiva totalizante e radical que adota na abordagem não só dessa, mas também de várias outras temáticas candentes da vida humana, postas em relevo em suas obras. Compreendemos que sua “crítica radical dos fundamentos do Estado”, insere-se no quadro de “crise estrutural global do sistema do capital”. O autor analisa que essa crise atinge todas as principais instituições de reprodução do sistema, entre estas o Estado. A crise sistêmica ativa os limites absolutos insuperáveis na atual ordem social. Assim, transparece o anacronismo histórico do sistema do capital, cuja permanência é geradora de destruição em todos os âmbitos fundamentais do processo de produção e reprodução social. Ameaça a humanidade pelo desemprego estrutural; pelas guerras; pela produção destrutiva em si e das condições ambientais indispensáveis à reprodução da vida humana. Frente a estas desumanidades Mészáros defende que o desafio atual é “socialismo ou barbárie”. Portanto, a necessidade e possibilidade da alternativa socialista demanda “conquistar” (“transcender”/superar) a “montanha” (entendida como o próprio sistema do capital em seus pilares: trabalho assalariado, capital e Estado) para implementar o projeto genuíno de Marx: do trabalho livremente associado, da erradicação do capital e fenecimento do Estado, ou seja, a superação de todas as “mediações de segunda ordem” impostas pelo sistema do capital. Concluímos que na perspectiva de Mészáros, para esse projeto ser bem sucedido, faz-se necessário uma teoria da transição socialista, e a ação consciente e organizada do Trabalho. Para tal, Mészáros contribui apresentando os princípios orientadores socialistas, e propõe a articulação de uma Nova Internacional, que organize e unifique a classe trabalhadora internacionalmente em torno de uma “ofensiva socialista”.

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Dossiê István Meszáros