VIOLÊNCIA E RESISTÊNCIA NO DISCURSO DE SARAMAGO: ANOTAÇÕES SEMIÓTICAS

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DOI:

https://doi.org/10.30611/2015n7id5194

Resumo

Este estudo centra-se na questão da violência na obra literária de José Saramago, escritor Português, até agora único caso a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em português. De todos os títulos deste autor, foram separados para a presente análise os seguintes exemplos, porque são representativas de momentos significativos de sua maturidade literária: Levantado do Chão (1980), este apenas para a exemplificaçãometodológica introdutória, O ano de 1993 (1975), Memorial do Convento (1982) e Ensaio sobre a Cegueira (1995). A abordagem é baseada em categorias analíticas de Semiótica fundada por Algirdas Julien Greimas, segundo a qual qualquer texto tem três níveis de abstração na produção de significado: o nível fundamental, o nível de narrativa e de nível discursivo. No nível discursivo, parece que o texto de Saramago reitera temas e figuras que confirmam o apoio ideológico deste escritor aos interesses das classes oprimidas em sua missão histórica da emancipação. No processo, as mulheres desempenham papel de liderança no texto de Saramago. No nível narrativo, o efeito discursivo é realizado pela representação de um sujeito que procura opor valores semanticamente identificado pela dignidade humana. Ao nível fundamental da produção de sentido, o texto de Saramago baseia-se na relação contraditória entre opressão e libertação, sendo estes últimos colocados, em homologia com vida em oposição à morte, e natureza em oposição à cultura, identificado como uma forma de controle social.

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Artigos Fluxo Contínuo