A PEREGRINAÇÃO DO SANTO VIVO E O SER DE DEUS EM FEUERBACH

Autores

  • Marcelo João Soares de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.30611/2015n6id5196

Resumo

Este artigo é fruto de uma pesquisa teórica sobre a peregrinação do santo vivo e suas repercussões na construção das subjetividades, considerando os referenciais das ciências da religião e da crítica feuerbachiana sobre a religião. Em seus estudos, Ludwig Feuerbach tem apresentado grande preocupação com o fenômeno religioso. Ele pensa o problema de Deus como sendo o próprio homem exteriorizado e é através da religião que o ser humano se expressa.O fenômeno do santo vivo, é a linguagem própria de o peregrino expressar-se e revelar-se e de comunicar o que há de mais profundo em si mesmo, quando ele se  relaciona com o santo vivo, descobre-se a si mesmo, vê a sua própria essência e não um personagem reconhecido por alguma instituição. Assim, o peregrino transforma a essência humana em santo vivo. A peregrinação em busca do santo vivo deve ser livre e sem interesse, não é obrigação, mas identificação.A partir da contextualização da peregrinação e seus significados para o peregrinose percebe que as peregrinações não são todas iguais, mas, escondem enigmas que apontam para a diversidade de sentidos, de gestos e de promessas dos peregrinos. O peregrino faz promessa não porque necessita, mas porque quer.  Além disso, elas não podem ser coarctadas, restritassomente aocampo religioso, seu sentido ecoa nos aspectos sociais e políticos. Os clamores dos peregrinos revestidos de sentido religioso canalizam anseios de reconhecimento social. Assim, neste artigo pretendo pensar a peregrinação do santo vivoe a projeção de qualidades e desejosdos peregrinos refletindo algumas ideias de Feuerbach.

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Dossiê Ludwig Feuerbach: Antropologia e Ética