FEUERBACH: FUNDAMENTOS PARA UMA ÉTICA DA SENSIBILIDADE

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DOI:

https://doi.org/10.30611/2015n6id5204

Resumo

Pretende-se aqui desenvolver os elementos presentes no pensamento de Feuerbach que sustentam uma “ética da sensibilidade” como questionadora de uma ética racionalista, como, por exemplo, a ética do dever de talhe kantiano. A despeito dos limites da filosofia de Feuerbach, reiteradamente identificados por Marx no que se refere à inconciliabilidade no pensamento do autor entre materialismo e história -  o que o joga no terreno de um idealismo do gênero humano - , há que se destacar a significação de Feuerbach no percurso de contraposição à mistificação  idealista, ao ressaltar a dimensão da corporeidade e dos afetos, ainda que sejam estes tidos em sua naturalidade, como elementos inalienáveis e incontornáveis do agir humano, portanto, insurgindo contra uma forma seca de racionalismo que pretende dicotomizar razão e sensibilidade. O objetivo de nosso trabalho é acompanhar os fundamentos da filosofia sensualista de Feuerbach que lhe permitem concluir por um antropoteísmo, “o coração elevado a entendimento”, que se contrapõe à separação entre sensibilidade e entendimento e à sobreposição do segundo sobre o primeiro. Recuperando a significação dos sentidos e das afecções, o autor pretende responder ao idealismo moderno desde Descartes, entendendo-o como uma derivação da teologia que tem a sua consumação na filosofia de Hegel. A afirmação do ponto de partida da filosofia naquilo “que no homem não filosofa”, qual seja, a sensibilidade, a finitude, a afecção, prepara o terreno sobre o qual Marx desenvolverá, uma vez feito o apontamento crítico dos limites feuerbachianos, a compreensão da realidade social, incluindo elementos que nos possibilitam pensar a esfera do agir moral em uma perspectiva materialista.

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Publicado

2016-10-06

Edição

Seção

Dossiê Ludwig Feuerbach: Antropologia e Ética