PODE A TECNOLOGIA SER HUMANA? REFLEXÕES SOBRE O FENÔMENO TECNOLÓGICO ENTRE A ANTROPOLOGIA E A MORALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.30611/2020n17id59977Palavras-chave:
Antropologia, Filosofia da Tecnologia, Técnica, Filosofia Prática, MoralidadeResumo
Pode a tecnologia ser humana? Esta pergunta foi feita pelo ensaísta norte-americano Paul Goodman em 1969. Um questionamento que permanece atual frente a escalada crescente de intervenções propiciadas pelos avanços no campo das biotécnicas e pelos problemas no tecido social originados pela interface com uma tecnologia que palmilha cada âmbito da existência humana. Mas, longe de tecermos aqui uma crítica negativa ao fenômeno tecnológico, busca-se uma compreensão do mesmo como fazer humano, como realização humana, neste sentido resta ao homem a responsabilidade pelo direcionamento de tal fenômeno. O presente artigo busca refletir sobre o fenômeno tecnológico e seus impactos sobre a condição humana, procurando evidenciá-lo como um problema filosófico e também moral: filosófico, pois impõe à humanidade exigências de racionalização e de uma reflexão sobre si mesma e suas ações; é um problema moral, pois não apenas evidencia, mas também acirra problemas enfrentados pela humanidade há séculos, que ganham contornos novos com os avanços tecnocientíficos e biotécnicos de finais do século XX e início do século corrente. Pretende-se uma apresentação de um cabedal introdutório sobre a questão da técnica que possa prover uma aproximação a tal explicitando seu papel e importância em nosso processo de evolução, mas também apontando os problemas acirrados por tal fenômeno
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