A PLEBE E A SUA CONSTITUIÇÃO: O QUE HEGEL E MARX TÊM A NOS DIZER SOBRE O POPULISMO?
DOI:
https://doi.org/10.30611/2020n18id61191Palavras-chave:
Plebe, Pobreza, Mercado capitalista, Representação políticaResumo
Nos últimos anos, a crítica à dinâmica de mercado capitalista e a questão da pobreza ganharam um espaço dentro dos estudos hegelianos. No debate público, assistimos hoje em dia a uma crescente preocupação com o fenôme-no do populismo. O objetivo do meu artigo é encontrar elementos para uma caracterização do novo populismo a partir da consideração de Hegel sobre a plebe. De acordo com Hegel, a geração da plebe é o resultado da dinâ-mica antagônica da economia de mercado liberalizada. A passagem da sociedade civil burguesa ao Estado se apoia na base precária da formação da disposição de ânimo política a favor do Estado. Esta provém do bem-estar particular legalmente reconhecido e realizado como direito através da dupla mediação do político entre as insti-tuições sociais e a representação política. A plebe assinala uma perturbação dessa dinâmica de reconhecimento, pois ela não está organizada nos círculos particulares das instituições da sociedade civil. Isso traz consequências negativas para o estado de direito: por um lado, a atuação do governo não pode ser controlada de baixo para cima e, por outro, a plebe desenvolve uma disposição de ânimo contra o governo e as instituições do estado de direito.
Referências
__________. Zum Philosophischen Arbeitsbegriff: Hegel, Marx & Co. In: KODALLE, K.-M. (Org.). Arbeit und Lebenssinn. Eine aktuelle Herausforderung in historischer und systematischer Perspektive. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2001. (Kritisches Jahrbuch der Philosophie Beiheft 3/2001), p. 99–108.
CASTEL, R. Les métamorphoses de la question sociale: Une chronique du salariat. Paris: Fayard, 1995.
DARDOT, P.; LAVAL, C. Ce cauchemar qui n’en finit pas. Comment le néolibéralisme défait la démocratie. Paris: La Découverte, 2016.
ELBE, I. Die postmoderne Querfront. Anmerkungen zu Chantal Mouffes Theorie des Politischen. In: Zeitschrift für Ideologiekritik, Heft 12/2018, p. 107–127.
__________. Politische Macht, Faschismus und Ideologie. Ernesto Laclaus Auseinandersetzung mit Nicos Poulantzas. In: Rote-Ruhr-Uni. Disponível em: http://www.rote-ruhr-uni.com/cms/IMG/pdf/poulantzas_und_laclau_langtext.pdf. Acesso em: 28/11/2019.
FUKUYAMA, F. The demand for dignity and the politics of resentments. New York: Macmillan, 2018. (iBook Edition).
HABERMAS, J. Im Sog der Technokratie. Berlin: Suhrkamp, 2013.
HEGEL, G. W. F. Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswissenschaft im Grundrisse. GW 14,1. Hamburg: Meiner, 2009.
__________. Vorlesungsmanuskripte II (1816–1831). GW 18. Hamburg: Meiner, 1995.
__________. Enzyklopädie der philosophischen Wissenschaften im Grundrisse (1830). GW 20. Hamburg: Meiner, 1992.
__________. Vorlesungen über die Philosophie des subjektiven Geistes. Nachschriften zu den Kollegien der Jahre 1822 und 1825. GW 25,1. Hamburg: Meiner, 2008.
__________. Vorlesungen über die Philosophie der Weltgeschichte. Nachschriften zu dem Kolleg des Wintersemesters 1822/23. GW 27,1. Hamburg: Meiner, 2015.
HERZOG, L. Inventing the Market: Smith, Hegel and Political Theory. Oxford: Oxford University Press, 2013.
__________. Duas maneiras de “domar” o mercado: por que Hegel precisa da polícia e das corporações. In: Revista Eletrônica Estudos Hegelianos, ano 16, n. 28, 2019, p. 23–42.
JAEGGI, R. Was ist Ideologiekritik? In: JAEGGI, R.; WESCHE, T. (Org.). Was ist Kritik? Frankfurt/M.: Suhrkamp, 2009, p. 266–295.
__________. Kritik von Lebensformen. Berlin: Suhrkamp, 2014.
JAESCHKE, W. Es ist ein Begriff der Freiheit in Religion und Staat. In: ARNDT, A.; IBER, C.; KRUCK, G. (Org.). Staat und Religion in Hegels Rechtsphilosophie. Berlin: Akademie, 2009, p. 9–22.
KERVEGAN, J.-F. L’Effectif et le Rationnel: Hegel et L‟esprit objectif. Paris: Vrin, 2007.
KOSELLECK, R. Preußen zwischen Reform und Revolution: Allgemeines Landrecht, Verwaltung und soziale Bewegung von 1791 bis 1848. München: Klett-Cotta, 1989.
LACLAU, E. La razón populista. Buenos Aires: FCE, 2005.
MARX, K. Publizistische Arbeiten. In: Karl Marx: Werke, Artikel, literarische Versuche bis März 1843. MEGA I,1. Berlin: Dietz, 1975, p. 93–366.
__________. Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie. In: Karl Marx: Werke, Artikel, Entwürfe März 1843 bis 1844. MEGA I,2. Berlin: Dietz, 1982, p. 5–137.
__________. Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie. Einleitung. In: Karl Marx: Werke, Artikel, Entwürfe März 1843 bis 1844. MEGA I,2. Berlin: Dietz, 1982, p. 170–183.
__________. Briefe aus den “Deutsch-Französischen Jahrbüchern”. In: Karl Marx: Werke, Artikel, Entwürfe März 1843 bis 1844. MEGA I,2. Berlin: Dietz Verlag, 1982. p. 469–489.
__________. Grundrisse der Kritik der politischen Ökonomie. Erster Teil. In: Karl Marx: Ökonomische Manuskripte 1857/58. MEGA II,1.1. Berlin: Dietz, 1976.
__________. Das Kapital. Kritik der politischen Ökonomie. Erster Band. Hamburg 1890. MEGA II,10. Berlin: Dietz, 1991.
MOUNK, Y. The people vs. democracy: why our freedom is in danger and how to save it. Cambridge; Massachusetts: Harvard University Press, 2018.
NEUHOUSER, F. Foundations of Hegel’s social theory: Actualizing Freedom. Cambridge; Massachusetts; London: Harvard University Press, 2000.
RUDA, F. Hegels Pöbel. Eine Untersuchung der “Grundlinien der Philosophie des Rechts”. Konstanz: Konstanz University Press, 2011.
SCHILDBACH, I. Armut als Unrecht. Zur Aktualität von Hegels Perspektive auf Selbstverwirklichung, Armut und Sozialstaat. Bielefeld: Transcript, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).