INSIGHTS MARXIANO-LACANIANOS E RETHELIANO-KANTIANOS NA LEITURA DAS FORMAS DO FETICHISMO DA MERCADORIA, DA IDEOLOGIA E DA EDUCAÇÃO, COM BASE EM SLAVOJ ZIZEK

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DOI:

https://doi.org/10.30611/2016n9id6534

Resumo

Resumo: Na perspectiva marxiana de Zizek, há, no cerne da circulação do capital, uma fantasia “objetivamente social” de reprodução autogeradora do próprio capital, que encobre a exploração dos trabalhadores e a extração da mais-valia. Ademais, segundo Zizek, para Marx, em sua análise do Livro I do Capital, a ilusão fetichista inerente a forma da mercadoria não se localiza no pensamento, mas na inter-relação prática (inconsciente) entre os homens. Ou seja, a forma mercadoria aparenta ter poderes fantasmagóricos, como se ela tivesse propriedades sociais que fossem uma determinação objetiva dos próprios produtos do trabalho enquanto mercadorias. Porém, o que os indivíduos não conhecem é a “inversão fetichista” a que obedecem em sua inter-relação prática e social. Por sua vez, Sohn-Rethel é um autor que mostrou que, além do segredo oculto do valor trabalho, a análise da forma da mercadoria também deve levar em conta a explicação histórica do modo de pensamento conceitual abstrato, combinando a estrutura do universo da mercadoria com o do espaço transcendental kantiano. Desse modo, a efetividade social do processo de troca só captura os indivíduos que dele participam enquanto estes não são cientes da lógica inerente a este processo. E esta também é a dimensão fundamental da ideologia, pois esta não funciona simplesmente como uma “falsa consciência”, pois é a própria realidade social que é vivenciada de modo desapercebidamente distorcido mediante a ideologia. Já no que se refere à forma da educação, ela, nos países capitalistas, corresponde a um flagrante ataque ao uso público da razão, pois o próprio ensino está sendo crescentemente privatizado, além de estar preferencialmente a serviço da busca da produtividade, competitividade, eficiência e rentabilidade do capital.
Palavras-chave: fetichismo da mercadoria; ideologia; uso privado da razão; educação.

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Publicado

2017-02-25

Edição

Seção

Dossiê Slavoj Zizek