A ÁRVORE DA VIDA COMO METÁFORA DO GÓTICO EM ERNST BLOCH
DOI:
https://doi.org/10.30611/2021n21id70904Palavras-chave:
Gótico, Estética, Espírito da utopiaResumo
O objetivo deste artigo é apresentar o gótico como um dos conceitos norteadores da estética de Ernst Bloch. Para tanto, defendemos a hipótese de que o gótico surge no Espírito da utopia não só como oposição ao estilo egípcio e ao estilo grego, mas como oposto à frieza do mundo europeu do século 20 sustentada pela utilização da técnica em prol exclusivo do capital, portanto, do lucro, assim como potência estética a partir da metáfora da árvore da vida em O princípio esperança. Pois, enquanto no Egito temos a vontade de se tornar como pedra, na Grécia temos o império do belo e do harmonioso, características de uma cultura ligada à estaticidade. Este diagnóstico faz Bloch perceber no gótico o surgimento de um espaço para a vontade utópica artística transgressora da inércia e da rigidez da pedra. Para melhor compreensão desta hipótese, apresentaremos a recepção do Espírito da utopia assim como sua transformação interna entre as edições de 1918 e 1923.
Referências
BLOCH, Ernst. O princípio esperança. Vol. I. Trad. Nélio Schneider. Rio de Janeiro: EDUERJ: Contraponto, 2005.
BLOCH, Ernst. O princípio esperança. Vol. II. Trad. Werner Fuchs. Rio de Janeiro: EDUERJ: Contraponto, 2006a.
BLOCH, Ernst. Geist der Utopie: zweiten Fassung von 1923. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1964.
BLOCH, Ernst. Geist der Utopie: erest Fassung, 1918, Munich-Leipzig, Duncker & Humblot, 1918. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1971.
BLOCH, Ernst. Spirito dell’utopia. Traduzione di Vera Bertolino e Francesco Coppellotti. La nuova Italia Editrice, Scandicci, Frienze, milano. 2004.
BLOCH, Ernst. Espírito da utopia. Trad. de Oliver Tolle. Editora 34, São Paulo, no prelo, S/D.
BLOCH, Ernst. Rêve diurne, station debout & utopie concrete: Ernst Bloch en dialogue. Lignes. Nice, 2016.
BLOCH, Ernst. “Symbole: les Juifs”: un chapitre ‘oublié de L’Esprit de l’utopie. Trad, Raphaël Lellouche. Précédé de Les Juifs dans l’utopie: Le jeune Bloch, du crypto-franlisme au néomarcionisme par Raphaël Lellouche. Éditions de l’éclat, Paris-Tel Aviv, 2009.
BOLDYREV, Ivan. Geist der Utopie, der sich erst bildet: vorläufige Beobachtungen zur Korrektur des Blochschen Frühwerks. In: Vidal F. (Hrsg.) Bloch-Jahrbuch 2012. Einblicke in Blochsche Philosophie. Mössingen-Talheim: Talheimer Verlag, 2012.
BOLDYREV, Ivan. O Espírito da utopia, que primeiro se forma: observações provisórias para a correção da obra juvenil de Bloch. In: RODRIGUES, Ubiratane de Morais (Org.). Escritos sobre o Espírito da utopia de Ernst Bloch. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. 284p. Disponível em: < https://www.editorafi.org/628bloch >.
BOURETZ, Pierre. Testemunhas do futuro: filosofia e messianismo. Trad. br. de J. Guinsburg et al. São Paulo: Perspectiva, 2011.
COPPELLOTTI, Francesco. Estética e metareligione per la filosofia futura dell’Europa. In: BLOCH, Ernst. Spirito dell’utopia. Traduzione di Vera Bertolino e Francesco Coppellotti. Frienze: La Nuova Italia Editrice, 2004.
GOETHE INSTITUT. Ernst Bloch et Georg Lukács: un siècle après. Paris: Actes du colloque Goethe Institut, 1985.
HEGEL, G. W. Cursos de Estética. Vol. I. São Paulo: Edusp, 2001. .
HUDSON, Wayne. The marxist philosophy of Ernst Bloch. London: Palgrave Macmillan UK, 1982.
KARADI, Eva. Bloch et lukács dans le cercle de Weber. In: GOETHE INSTITUT. Ernst Bloch et Georg Lukács: un siècle après. Paris: Actes du colloque Goethe Institut, 1985.
LELLOUCHE, Raphaël. Les Juifs dans l’utopie: Le jeune Bloch, du crypto-franlisme au néomarcionisme. In: BLOCH, Ernst. “Symbole: les Juifs”: un chapitre oublié de L’Esprit de l’utopie. Trad, Raphaël Lellouche. Précédé de Les Juifs dans l’utopie: Le jeune Bloch, du crypto-franlisme au néomarcionisme par Raphaël Lellouche. Éditions de l’éclat, Paris-Tel Aviv, 2009.
LOUREIRO, Isabel. A Revolução Alemã, 1918-1923. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. “Uma filosofia expressionista: sobre o espírito da Utopia”. In: Capítulos do Marxismo Ocidental. Org. Isabel Loureiro e Ricardo Musse. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.
MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. Um capítulo da história da modernidade estética: Debate sobre o expressionismo (Ernst Bloch, Hanss Eisler, Georg Lukács e Bertolt Brecht). 2ª edição. São Paulo: Unesp, 2016.
MACIEL, Marta Maria Aragão. Ernst Bloch e Walter Benjamin: reflexões acerca das afinidades eletivas. In: Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 4. 2019, p. 339-359.
MÜNSTER, Arno. Utopia, Messianismo e Apocalipse nas primeiras obras de Ernst Bloch. Trad. br. de Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: UNESP, 1997.
PALMIER, Jean-Michel. En realisant L’esprit de l’utopie ou Prière pour um bom usage d’Ernst Bloch. In: GOETHE INSTITUT. Ernst Bloch et Georg Lukács: un siècle après. Paris: Actes du colloque Goethe Institut, 1985.
RODRIGUES, Ubiratane de Morais (Org.). Escritos sobre o Espírito da utopia de Ernst Bloch. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. 284p. Disponível em: <https://www.editorafi.org/628bloch>.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).