ENTRE “ESPÍRITO E VIDA” E “O PRIMEIRO HOMEM DA SOCIEDADE”: A LITERATURA NA FILOSOFIA DE ERIC WEIL
DOI:
https://doi.org/10.30611/33n33id94057Palavras-chave:
Eric Weil, Filosofia, Literatura, Descrição, CompreensãoResumo
O artigo expõe as ideias de Eric Weil sobre literatura em dois diferentes momentos de sua obra. No primeiro, o texto se volta a “Espírito e vida”, debate entre Weil e o crítico literário Rudolf Kayser sobre duas noções fundamentais tanto para a filosofia quanto para a literatura. No segundo momento, o foco é na leitura das últimas páginas da categoria da condição na Lógica da filosofia, onde Weil trata do papel da arte, especialmente da literatura, em um mundo moldado pelas ciências e pelas exigências do mecanismo social. Nesse contexto, ele destaca o escritor como “o primeiro homem da sociedade”, encarregado de descrever a realidade e suas contradições. Embora distintas, ambas as análises enfatizam a diferença entre a perspectiva do escritor e a visão do filósofo. O objetivo do artigo é, enfim, explorar aspectos essenciais da natureza e da missão da filosofia por meio da relação de Weil com a literatura, considerando também a expressão “primeiro homem da sociedade” em confronto com pontos particulares da obra de Robert Musil.
Referências
BARALE, M. Eric Weil: morale e política. In: Atti della giornata di studi presso l’Instituto italiano per gli studi filosofici. Urbino: Quattro Venti, 1989, p. 27-58.
BONNET, J. Un homme en projet. In: L’Arc, n. 74, 1990, p. 1-4.
BORRALHO, H. Filosofia e ‘literatura’ em Eric Weil. In: PERINE et al. (orgs.). Pensamento e história. Michel Foucault, Paul Ricœur, Eric Weil. São Paulo: É Realizações, 2020, p. 319-334.
BOUVERESSE, J. La voix de l’âme et les chemins de l’esprit. In: Dix études sur Robert Musil. Paris: Seuil, 2001.
BOUVERESSE, J. Robert Musil. L’homme probable, le hasard, la moyenne et l’escargot de l’histoire. Paris: L’Éclat, 2004.
BOUVERESSE, J. La tâche de la littérature et la formation social de l’écrivain. In: PINTO, E. (Dir.). L’écrivain, le savant et le philosophe. La littérature entre philosophie et sciences sociales. Paris: Éditions de la Sorbonne, 2003, p. 87-110.
BOUVERESSE, J. La connaissance de l’Écrivain. Sur la littérature, la vérité et la vie. Marseille: Agone, 2008.
BOUVERESSE, J. Le mythe moderne du progrès. Paris: Agone, 2017.
CASSIRER, E. A filosofia das formas simbólicas. Terceira parte: fenomenologia do conhecimento. Trad. E. de Souza. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
CASSIRER, E.; HEIDEGGER, M. Dibattito di Davos tra Ernst Cassirer e Martin Heidegger. In: HEIDEGGER, M. Kant e il problema della metafisica. Trad. M. Reina. Roma; Bari: Laterza, 1981, p. 219-236.
COMETTI, J.-P. L’homme exact. Essai sur Robert Musil. Paris: Seuil, 1997.
DELIGNE, A. L’itinéraire philosophique du jeune Eric Weil. Hambourg – Berlim – Paris. Villeneuve d’Ascq: Presses Universitaires du Septentrion, 2022.
DUMONT, J.-P. Protreptique et initiation à la philosophie antique (Entrentien avec Eric Weil). In: Cahiers Eric Weil 2. Eric Weil et la pensée antique. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1989, p. 35-50.
KAYSER, R. Kant. Vienne; Leipzig: Phaidon, 1935.
KAYSER, R. Spinoza Bildnis eines geistien Helden. Vienne; Leipzig: Phaidon, 1932.
LESSA, B. Sem qualidade. In: MUSIL, R. O Homem sem qualidades. Trad. L. Luft e C. Abbenseth. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 19-22.
MUSIL, R. Journaux. Traduction établie et présentée par Philippe Jacconttet d’après l’édition allemand d’Adolf Frisé. Paris: Seuil, 1981.
MUSIL, R. O Homem sem qualidades. Trad. L. Luft e C. Abbenseth. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
PLATÃO. A República. Tradução Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017.
RAIMONDI, E. Poesia e Filosofia nella Logique de la Philosophie. Dradek. Studies in Philosophy of Literature and New Media Theories, v. 1, n. 2, 2015, p. 7-45.
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
WEIL, E. Action, littérature et philosophie mystiques. A. Huxley, The perenniel philosophy. A. Huxley, La paix, la liberté (trad. J. Castier)”. Critique, v. 3, 1947, p. 172-187.
WEIL, E. L’histoire littéraire et l’érudition. Ernst R. Curtius, Europäische Literatur und lateinisches Mittelalter. Critique, v. 6, 1950, p. 37-45.
WEIL, E. Lógica da filosofia. Trad. L. Malimpensa. São Paulo: É Realizações, 2012.
WEIL, E. Hegel e nós. Organização VALDÉRIO, F. et al. Caxias do Sul: EDUCS, 2019.
WEIL, E. A filosofia é científica?. Trad. J. Castelo Branco. Unisinos, v. 22, n. 2, 2021, p. 1-11.
WEIL, E.; KAYSER, R. Esprit et vie – Un dialogue sur philosophie et littérature. In: DELIGNE, A. L’itinéraire philosophique du jeune Eric Weil. Hambourg – Berlim – Paris. Villeneuve d’Ascq: Presses Universitaires du Septentrion, 2022, p. 459-480.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Judikael Castelo Branco
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).