UMA POSSÍVEL AFINIDADE ONTOLÓGICA DA POESIA SILÊNCIO E PALAVRA DE THIAGO DE MELLO COM O CONCEITO DE LOGOS EM HERÁCLITO DE ÉFESO
DOI:
https://doi.org/10.30611/33n33id94067Palavras-chave:
Hominização, Pré-Socrático, Literatura, ModernismoResumo
Este artigo aborda o ontológico na poesia de Thiago de Mello por meio do conceito de logos em Heráclito de Éfeso. Tem o propósito de aproximar a poesia à filosofia pré-socrática por entender que ambas tratam em sua imanência da hominização por meio da palavra, do discurso, do verbo; que constrói o ontológico sempre em ambiente de alteridade: mito/inconsciência, história/consciência/filosofia em diferentes epistemes: mítica, filosófica, científica, religiosa, artística. Todas fomentadas pela aisthesis, no ambiente de estranhamento que a consciência-em-si faz brotar e imperativa ao hominizado consciente dizer-se em palavras numa espécie de autolapidação. Postula-se que essa tomada de consciência transcende à metafísica, mas ela brota na querência, na physis, que edifica o somático em abstração por meio do símbolo e da alegoria, que é o charme da existência numa analogia aos fenômenos da dualidade imanente composta de imaterialidade e matéria num contínuo interpretar de si mesmo numa ontologia holística à semelhança de fractais num mosaico infinito de espécies.
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