O MÉTODO DA FUNDAMENTAÇÃO DA ÉTICA EM KANT
DOI:
https://doi.org/10.30611/2024n34id94618Palavras-chave:
Kant, ética, fundamentação da moral, vontade, autonomiaResumo
Kant não apresentou o método de sua fundamentação da ética de forma explícita, num tratado próprio. Contudo, podemos compreendê-la como o evidenciar da originalidade da moral. Pois a moral não pode ser derivada de algo não-moral – tão dependência a destruiria. Com isso, a moral não pode ser provada ou justificada num sentido mais estrito, mas apenas pode ser “fundamentada”. E isso pode ser feito quando evidenciamos o lugar ou o topos e a virada ou a trope de seu originar. O topos da origem da moral é, em Kant, a razão prática, sua trope é a virada desta sobre se mesma enquanto autonomia. O que segue desta fundamentação é, por primeiro, a autenticidade da moral e, com isso, sua força obrigatória incondicional, no sentido que esta não é condicionada por algo extramoral; por segundo, segue disso um critério normativo do conteúdo da moral, que é, em Kant, o Imperativo Categórico. O artigo pretende defender que o método kantiano da fundamentação da ética normativa é sem alternativa; contudo, justamente em virtude da descrição meramente formal deste método, abre se a possibilidade de realizá-lo de maneira diferente que o próprio Kant fez, com relação ao conteúdo.
Referências
HENRICH, Dieter: Kant’s Notion of a Deduction and the Methodological Background of the First Critique, em: FÖRSTER, Eckhard, org., Kant’s Transcendental Deductions, Stanford, CA, 1989, 26-46.
KANT, Immanuel: Gesammelte Werke [Obras completas], citadas da Akademieausgabe (AA [vol.], [p.]), org. pela Königlich Preußischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, 1900ss.
LABERGE, Pierre : La définition de la volonté comme faculté d’agir selon la représentation des lois, em: HÖFFE, Otfried, org., Kants Grundlegung zur Metaphysik der Sitten. Ein kooperativer Kommentar, Frankfurt a.M. 42010, 83-96.
MOORE, George Edward: Principia Etica, Oxford 1903.
SEEBERG, Ulrich: Ursprung, Umfang und Grenzen der Erkenntnis. Eine Untersuchung zu Kants transzendentaler Deduktion der Kategorien, Hamburg, 2006.
UTZ, Konrad: Praktische Vernunft in der “Grundlegung zur Metaphysik der Sitten”, em: Zeitschrift für philosophische Forschung, 2015; 69/4: 474-501.
Idem: Quid mihi? Zur Methode der Grundlegung der Ethik bei Kant, em: Deutsche Zeitschrift für Philosophie, 2016; 64(2): 213–227.
WILLASCHEK, Marcus: Practical Reason, em: org. HORN, Christoph e SCHÖNECKER, Dieter, A Commentary on Kant's Groundwork of the Metaphysics of Morals, Berlin 2006, 122s.
WOOD, Allen W.: Kantian Ethics, New York 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Konrad Utz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).