Juiz de Fora e os 60 anos da Ditadura Militar

uma análise psicossocial das políticas de memória instituídas no município que deu origem ao Golpe

Autores

  • Shaysa Paiva Centro Universitário Academia
  • Conrado Oliveira Universidade Federal de Juiz de Fora

Palavras-chave:

Ditadura Militar, Políticas de Memória, Juiz de Fora

Resumo

No ano em que se completa 60 anos do Golpe Militar, o esquecimento sobre as violações dos direitos constitucionais é insistente. O período em que se instalou o terror, entre 1964 e 1985, é marcado pela destituição dos direitos e liberdades civis, pela perseguição política e pelas mais perversas formas de violências física e moral. Nesse cenário, as políticas da memória, efetivadas pelas Comissões da Verdade, são fundamentais no processo de democratização. Sendo assim, pretende-se com o presente trabalho analisar psicossocialmente os desdobramentos das políticas de memórias desenvolvidas no município de Juiz de Fora-MG em relação à ditadura militar. Através da análise documental do relatório final da Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora, associada a notícias recentes que relatam tanto a permanência da ideologia da ditadura como os movimentos de resistência fundamentais para a democratização. Observou-se, portanto, disputas no campo da memória da Ditadura Militar: de um lado, um longo percurso de ameaças a democracia, culminando mais recentemente no silenciamento da questão pelo Presidente da República, de outro lado, o fortalecimento das políticas da memória no município, revelando, assim, as contradições intrínsecas ao estudo da memória e esquecimento. 

Biografia do Autor

Conrado Oliveira, Universidade Federal de Juiz de Fora

Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Mestrado Profissional em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Cursando doutorado no PPG em Saúde Coletiva da UFJF e integrante do grupo de pesquisa do CNPq Laboratório de Pesquisas Antropológicas em Saúde e Política (LAPS/UFJF). Docente do curso de graduação em Psicologia do Centro Universitário Academia (UniAcademia). Psicólogo da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora-MG, participante da Rede de Atenção Psicossocial e do Grupo Condutor para Fortalecimento e Ampliação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) do SUS. Membro do grupo mobilizador da Rede Latino-Americana de Psicologia Rural (RedPsiRur) e do GT de Psicologia Comunitária da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação (ANPEPP).

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Publicado

2024-12-27

Como Citar

Paiva, S., & Oliveira, C. (2024). Juiz de Fora e os 60 anos da Ditadura Militar: uma análise psicossocial das políticas de memória instituídas no município que deu origem ao Golpe. Em Perspectiva, 10(2), 79–102. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/emperspectiva/article/view/94194