Agenciamento e ações em massa de retirantes nas províncias do norte do império - 1877 e 1889

Autores/as

  • Francisco Ramon de Matos Maciel

Palabras clave:

Ações coletivas, Retirantes, Seca

Resumen

A migração de sertanejos pobres do interior do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, para as vilas e cidades litorâneas, revelou formas de agenciamento e política popular em episódios de revoltas e insurreições durante as seca de 1877 e 1879. Essas sublevações, em muitos casos, respondiam a questão da distribuição dos gêneros alimentícios pelas comissões de socorros públicos, criadas pelos presidentes de província para assistirem a população retirante, que
aglomeravam-se no espaço urbano e seus arredores. Os saques aos armazéns do governo, e também a grupos particulares, foram algumas das ações coletivas que os sertanejos encontraram para dialogar, e pressionarem as autoridades locais, e ao mesmo tempo, conseguirem alimentos de primeira necessidade. No final, conseguindo os gêneros alimentícios, geralmente uma distribuição era feita entre a própria multidão sertaneja. Essa pesquisa analisa como os “motins da fome” tornam-se um fenômeno social que rompe as fronteiras provinciais da região norte do Império durante as secas de 1877 e 1889. Os
resultados parciais do trabalho apontam que as formas de agenciamento dos retirantes nas grandes secas da passagem do XIX, tornaram-se um fenômeno social com fortes elementos políticos das classes subalternas.

Publicado

2020-11-19

Cómo citar

Maciel, F. R. de M. (2020). Agenciamento e ações em massa de retirantes nas províncias do norte do império - 1877 e 1889. Em Perspectiva, 6(2), 144–153. Recuperado a partir de http://periodicos.ufc.br/emperspectiva/article/view/42298

Número

Sección

Temática Livre