Os judeus magrebinos no Império Português (século XVI)

Autores/as

  • Rachel Santos Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Palabras clave:

Judeus, Magreb, Portugal

Resumen

Este trabalho pretende a análise da relação de exceção entre Portugal e as comunidades judaicas de algumas praças lusas do Norte da África, no século XVI. Trata-se de uma perspectiva jurídica das intenções e decisões da coroa portuguesa diante dos judeus e das comunidades judaicas magrebinas nas possessões lusas. A despeito da intolerância com que esta minoria religiosa era tratada no reino e em outras partes do Império Português, no litoral do Marrocos, as relações entre os judeus e governo português foram de diálogo, negociação e trocas. Se no reino, os judeus foram alvo de perseguições, expulsão e conversões forçadas, nas praças portuguesas do Magreb, foram protegidos e tiveram sua identidade religiosa e comunitária respeitada. Em um local de difícil acesso e domínio pelos portugueses, as comunidades judaicas serviram de apoio para a conquista e a manutenção das possessões lusas na região. Constituídas majoritariamente por habitantes de origem familiar ibérica, as comunidades judaicas das praças portuguesas no Norte da África fizeram a ponte política e comercial entre cristãos e muçulmanos no Marrocos e favoreceram os interesses portugueses na região.

Publicado

2023-10-25

Cómo citar

Santos, R. (2023). Os judeus magrebinos no Império Português (século XVI). Em Perspectiva, 8(2), 161–180. Recuperado a partir de http://periodicos.ufc.br/emperspectiva/article/view/62435