Watanabe Torozaemon Constantino

fé kirishitan no Japão do século XVI.

Résumé

Apesar do campo de estudos sobre a evangelização no Japão ter produzido muitas pesquisas durante o século XX e início do XXI, as construções historiográficas sobre o período tendem ainda muito a enfatizar a figura dos missionários europeus, destituindo das populações japonesas as especificidades de sua agência histórica. Tendo por base as cartas e crônicas produzidas por Luís Frois, Francisco Xavier, Cosme de Torres, Francisco Cabral, entre outros membros e superiores da missão, este artigo expõe reflexões e conclusões de um estudo inicial sobre as populações kirishitan e das dinâmicas de interação entre missionários e japoneses ao longo das três décadas iniciais da missão (1549-1579). Neste estudo, verificou-se como a sobrevivência da missão, dado o contexto social japonês e o número limitado de missionários, possui uma relação direta com a atuação das comunidades kirishitan em formação, e como a invisibilidade destes sujeitos possui raízes no desenvolvimento historiográfico ao redor do tema ao longo do século XX. Busca-se, portanto, o desenvolvimento de novas estratégias para os estudos kirishitan, resgatando o agenciamento de indivíduos citados nestes escritos missionários, tal como será feito neste artigo através da figura de Watanabe Torozaemon Constantino.