E quando contarmos nossas histórias?
relatos em uma formação racista.
Palavras-chave:
Epistemicídio. Racismo. Antirracismo.Resumo
“Quem pode falar?”, pergunta de Kilomba (2019, p. 33) que contesta a produção de conhecimento científico e para possibilitar, como ferramenta ontoepistemológica, marcar o não-marcado (privilégio científico) e falar sobre o mal falado (racismo). A entrada na universidade de pessoas que historicamente foram construídas como objetos de científicos levam a uma tensão via exposição de um curioso silenciamento acerca da produção da ficção de neutralidade de um certo tipo de sujeito-sistema (homem, branco, cis, hétero). Destaca-se que o reconhecimento racial feito por pessoas negras como parte essencial da construção e compartilhamento de saber é uma estratégia de produção de autonomia, do negro falar sobre si, marcando a trajetória como parte do fazer ciência. Assim, entendidas como filiações, a maioria das referências utilizadas foram de pessoas negras acerca do racismo e das tensões raciais no contexto brasileiro, assim como outras fontes literárias em confluência a estes temas, facilitando formular um relato científico de natureza biográfica-coletiva sobre os atravessamentos de uma formação racista para pessoas negras. O que esta contação de histórias faz tensionar, inaugurar ou falar? Assim, este escrito é uma tentativa de exercício antirracista dentro de uma formação acadêmica.
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