UMA PALAVRA AMARGA: LEITURA DO ROMANCE VERMELHO AMARGO PELO VIÉS MEMORIALÍSTICO

Autores

  • Bruno Henrique Muniz Souza Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Resumo

Este artigo busca analisar a obra Vermelho Amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós, a partir de uma abordagem memorialística, tendo em vista a composição formal da narrativa. Nessa perspectiva, a presente pesquisa procura demonstrar como o relato desse narrador aturdido possibilita a observação de uma relação familiar deteriorada, graças à ausência da figura materna e a chegada traumática de sua madrasta. Assim, por meio de complexas estratégias textuais empreendidas ao longo das cenas enunciativas do romance, notam-se os múltiplos matizes de um retrato familiar em ruínas, metaforizados nas inúmeras ocorrências do signo ‘tomate’, e que afetam esse sujeito atormentado por suas memórias até o final de sua vida.

Biografia do Autor

Bruno Henrique Muniz Souza, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutorando em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, sendo bolsista CAPES. Mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela referida instituição, sendo bolsista pela agência de fomento Capes. Bacharel em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, além de graduado, nessa mesma instituição, do curso de Licenciatura em Letras.

Referências

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Publicado

2017-08-01