MANOEL DE BARROS:O VOYEUR MENINO E AS SEDUÇÕES DA MUSA
Resumo
O presente texto propõe uma leitura da obra do poeta brasileiro Manoel de Barros, destacando a proximidade entre infância e erotismo, verificada na personificação da poesia, que busca seduzir o poeta para o jogo amoroso com a linguagem. Apresentando-se com regularidade nas composições de Barros, desde o primeiro livro, Poemas concebidos sem pecado (1938), a figuração erótica da palavra e da matéria poética atua, ora como ponto de intermédio entre a arte de criar e o artista, representado por uma persona infantil que se depara com o poder sedutor da linguagem, ora como porta de entrada para questões sociais e humanas.Referências
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SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA: a desbiografia oficial de Manoel de Barros. Direção: Pedro Cezar. Produção: Pedro Cezar, Kátia Adler e Marcio Paes. [S.l.]: Artezanato Eletrônico, 2009. 1 DVD (81 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QZLC8wNVtfs (Acesso em 15/09/2016).
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FIGUEIREDO, Marina Haber de. Erotismo e contemplação em “Infância”, de Manoel de Barros. São Carlos: UFSCar, 2011. Dissertação de mestrado. 131 f. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/5710/3531.pdf?sequence=1 (Acesso em 14/09/2016).
MELOTTO, Thalita; MARINHO, Marcelo. Arte, Erotismo e representação do universo: da pintura rupestre a Manoel de Barros. In: MARINHO, Marcelo et al. Manoel de Barros: o brejo e o solfejo. ed. rev. e ampl. Campo Grande: Letra Livre; Brasília: Editora Universa – UCB, 2009.