AUTOBIOGRAFIA E FICÇÃO EM XENTE DE INVERNO, DE XOSÉ LOIS GARCÍA
Resumo
Ainda pouco conhecido no Brasil, Xosé Lois García, nascido em Lugo, na comunidade autônoma da Galícia, Espanha, representa um papel importante na cultura e na literatura galegas. Estudioso das manifestações culturais e da arte românica e seus símbolos, crítico literário e escritor, ele tem sua maior produção na poesia, ainda que possua narrativas de grande relevância. O objeto deste estudo trata-se de um de seus livros, Xente de inverno (1995), que reúne quinze contos, com histórias ambientadas na Galícia dos anos 1940 e 1950, as quais estabelecem um diálogo com a realidade vivenciada pelo autor em sua infância. Os textos dessa coletânea transitam entre história e ficção, com uma linguagem carregada de lirismo e forte presença da memória cultural do autor e da sociedade galega. Por meio de procedimentos de revisão bibliográfica, análise e crítica literária, o objetivo deste trabalho é investigar os limites entre o autobiográfico e o ficcional em Xente de Inverno, a fim de compreender as relações entre ficção e memória. A partir dessa correlação acredita-se ser possível compreender as possibilidades e limitações resultantes da associação dos gêneros autobiografia e ficção, bem como relacionar experiências pessoais do autor com ideologias veiculadas em sua narrativa.Referências
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