COMO FALAR DE AFETO EM PERSPECTIVA PANDÊMICA: UM OLHAR SOBRE A RELAÇÃO CASA-ESCOLA

Resumo

Devido às mudanças decorridas da pandemia causada pela Covid-19, as novas formas de ensino e aprendizagem têm gerado transformações nas relações familiares, principalmente no que diz respeito à relação família/aluno. Nessa conjuntura de pandemia, isolamento social e ensino remoto emergencial, a relação entre familiares que dividem o mesmo teto, pode se desgastar e se tornar algo estressante, exigindo de pais, mães e responsáveis uma organização estrutural e um cuidado afetivo em casa. Em entrevista realizada pela Fundação Carlos Chagas, 47% dos docentes entrevistados dizem que o vínculo entre família e estudante cresceu nesse período de pandemia. Pesquisa do Datafolha indica que apenas 25% dos familiares e responsáveis entrevistados dizem que a relação com estudante piorou. Perante esses indicativos: como o ensino remoto vem reverberando nas relações afetivas dentro da casa do estudante? Quais estratégias as famílias vêm encontrando para amenizar os impactos do isolamento na aprendizagem? Como a pandemia e o isolamento estão atingindo os aspectos mais humanos de convivência? Diante dessas indagações e sob a perspectiva da experiência no Programa Residência Pedagógica do subprojeto Arte - Teatro, o trabalho visa analisar, como o ensino remoto vem atingindo o cotidiano do núcleo familiar de estudantes da Escola Municipal Professor Martinz de Aguiar. Para isso, optou-se por realizar um mapeamento afetivo, com metodologia baseada na educação dialógica, direcionando os diálogos e percepções às construções afetivas que atravessam as relações no ensino, no cotidiano familiar e nas dificuldades e oportunidades encontradas pelos sujeitos dessa relação ensino/aprendizagem. Com esse mapeamento, ainda em curso, espera-se, através dos depoimentos e das entrevistas colhidas dialogicamente, desenvolver processos de criação em teatro documental e performance documental, a serem trabalhados junto aos alunos.