COMO DESVENDAR AS CÉLULAS? ESTUDO DE CASO SOBRE INTÉRPRETE DIGITAL COMO DE MATERIAL ACESSÍVEL PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA CELULAR GERAL

Autores

  • Paulo Ricardo Santos de Sousa
  • Erika Freitas Mota
  • Christiano Franco Verola
  • Denise Cavalcante Hissa

Resumo

O Ensino Superior está relacionado à profissionalização dos indivíduos, portanto, todos aqueles que têm acesso à essa etapa da educação devem receber instrução em grau adequado para a profissão que se pretende exercer. Esta atividade do Estágio em Docência I do Programa de Pós-Graduação em Sistemática, Uso e Conservação da Biodiversidade (PPGSIS) teve por objetivo a tradução de material relacionado a conteúdos de Biologia Celular para estudantes com deficiência auditiva matriculadas na disciplina de Biologia Celular Geral, sendo uma bilíngue português-LIBRAS e a outra não. A tradução do conteúdo foi realizada pelo aplicativo VLibras, com intérprete digital registrado por gravação de célula. Como a aluna bilíngue desistiu do curso, os vídeos foram mostrados somente para a não-bilíngue, com auxílio de intérprete e como forma avaliativa para recuperação de nota. A intervenção foi avaliada por 10 questões divididas para a aluna, o intérprete e a professora. Junto aos vídeos, foi apresentada uma lista de outros recursos inclusivos para a professora avaliar. Os três entrevistados apontaram dificuldade para ensinar, traduzir e aprender biologia através de LIBRAS devido à ausência de sinais específicos e necessidade de soletração. Por isso, todos consideraram o intérprete digital confuso e com algumas traduções erradas. A professora relatou não ter tido formação especializada para a educação de surdos e, antes desta intervenção, só conhecia o recurso de legendas para vídeos. Destacou que os aplicativos de tradução simultânea não são muito úteis, mas a proposta de símbolos específicos é ótima para os alunos se familiarizarem com os termos. Percebeu-se no trabalho que a falta de base de conteúdo, junto com a ausência de sinais específicos da área, dificulta muito a interação professor-intérprete-aluno no processo de aprendizagem de biologia e o aplicativo de tradução simultânea não se mostrou como boa alternativa para elaboração de materiais inclusivos para alunos surdos.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Docência no Ensino Superior