PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS SOBRE O ENSINO EM BRAILLE NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

Autores

  • Geilson de Sousa Santos
  • Clemilda dos Santos Sousa
  • Wagner Bandeira Andriola

Resumo

A pesquisa amparou-se no argumento de que o Braille é um sistema de leitura e escrita destinado a alunos cegos. Desafortunadamente, a maioria dos professores do ensino regular não está preparada para alfabetizar alunos cegos utilizando esse sistema, por não saber ou não conhecê-lo. A falta de preparo decorre da ausência do ensino de Braille como disciplina obrigatória nos cursos de Pedagogia e nas Licenciaturas. Com o objetivo de identificar as percepções de professores e alunos acerca do Ensino do Braille foi efetivada pesquisa na Faculdade de Educação (FACED). A amostra de professores foi composta por 20 sujeitos, sendo a maioria do sexo feminino (n = 13 ou 65%) e a minoria do sexo masculino (n = 7 ou 35%), repetindo o padrão da FACED, cujo corpo docente é formado majoritariamente por mulheres. No que tange ao tempo de exercício no magistério, variou de nove a 38 anos, com valor modal de 18 anos. Houve 19 alunos do curso de Pedagogia da FACED que participaram do estudo, composto majoritariamente por mulheres (n = 17 ou 89,5%), enquanto os homens formaram a minoria (n = 2 ou 10,5%). A média de idade foi de 24 anos, com moda de 21 anos (n = 4 ou 21,1%) e amplitude entre 20 e 52 anos. As principais dificuldades para lidar com aluno cego dirigiram-se à descrição de imagens, pois os professores não sabem transformar em palavras aquilo que estão vendo. A áudio-descrição precisa também estar presente na formação inicial e continuada dos professores, porque a pessoa cega vai construindo sua visão de mundo, de acordo com as informações que recebe. A segunda dificuldade apresentada pelos docentes relacionou-se à adaptação do material didático-pedagógico às exigências dos alunos cegos. No que tange aos alunos, indagados acerca das maiores lacunas oriundas da formação, destacaram: a) ausência de disciplinas voltadas ao atendimento de alunos cegos ou ao ensino do Braille (n = 11 ou 58% dos alunos); b) ausência de estágios na área da Educação Especial ou Educação Inclusiva.

Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

XVI Encontro de Práticas Docentes