AFASTAMENTO EM FILOCTETES - POR QUE, AFINAL, OS INDIVÍDUOS SÃO DEIXADOS PARA TRÁS?
Abstract
Filoctetes (409 a.C.), do dramaturgo Sófocles, discute temas profundos, tais como perda de valor do indivíduo em sua determinada comunidade, potencial da palavra (λόγος) como reviravolta no destino dos indivíduos, integralidade do homem e dificuldade na correção do discurso tortuoso (σόφισμα). A narrativa se passa na Ilha de Lemnos, tendo Odisseu, Neoptólemo e Filoctetes como personagens centrais. Outrora, a caminho de Troia com os combatentes gregos, Filoctetes, excelente arqueiro, é vítima de um acidente na ilha de Crisa, na qual é picado por uma serpente guardiã de terreno sagrado. Acometido por uma chaga fétida e infecciosa, Filoctetes se vê impossibilitado pelos companheiros de lutar na Guerra de Troia e, tendo-se tornado motivo de transtorno aos outros devido à miséria a que fora infligido, é deixado para trás na península de Lemnos por Odisseu, o qual recebia ordens dos atridas Agamêmnon e Menelau. Dez anos após o evento, com a dificuldade da tomada de Troia pelos Aqueus, estes são revelados pelo oráculo que somente venceriam a guerra, se tivessem a seu lado a arma de Filoctetes, um lendário arco recebido de presente por Héracles. Obrigado novamente a realizar uma incursão à ilha, Odisseu leva ao local Neoptólemo, filho de Aquiles, e tenta persuadir o jovem a enganar Filoctetes, para que este lhes entregue a arma. O presente trabalho analisa a personagem Filoctetes voltando-se a uma perspectiva contemporânea, partindo da hipótese de que indivíduos moribundos em sociedades modernas são abandonados por serem considerados fatores de incômodo e constrangimento ao tecido social, além de trazerem constantemente a lembrança da morte àqueles a seu lado. Como base teórica, utilizaremos Norbert Elias (1987), Christopher Lasch (1983), Georg Simmel (1987) e Alfred Schutz (1979).Downloads
Published
2019-01-14
Issue
Section
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
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