Pseudoaneurisma de artéria carótida interna como causa de epistaxe: Relato de Caso

Autores

  • João Paulo Pereira Cunha
  • Luis Eduardo Oliveira Matos, Jamine Yslailla Vasconcelos Rodrigues, Samuel Teixeira de Oliveira, Matheus Brasil Câmara Monteiro
  • Paulo Roberto Lacerda Leal

Resumo

INTRODUÇÃO: Pseudoaneurisma ocorre quando a parede arterial externa é formada apenas por camada adventícia ou hematoma, causando sangramento para tecidos próximos. Na artéria carótida interna (ACI), o sintoma mais comum é uma massa cervical pulsátil, sendo rara a epistaxe secundária a esse evento. APRESENTAÇÃO DO CASO: Mulher, 43 anos, admitida com epistaxe. Ao exame foi observada uma lesão laringofaríngea e solicitada biópsia. Após 3 dias, evoluiu com choque hipovolêmico devido a uma nova epistaxe grave. Foi entubada e encaminhada ao setor de neurocirurgia para uma colaboração neurocirurgião-otorrinolaringologista. As duas ACI foram esqueletizadas, e foi observada uma deiscência da ACI esquerda ao nível da laringofaringe. O sangramento foi contido com impacto mecânico de algodão e tamponamento nasal. A angiografia cerebral revelou um pseudoaneurisma de ACI. Novamente, a paciente apresentou epistaxe, e realizou-se a ligadura da ACI esquerda. Fez-se uma nova angiografia, mostrando trombose total da ACI esquerda, permeabilidade do círculo de Willis e boa perfusão cerebral esquerda pela ACI direita. Ela manteve-se consciente, mas com disfasia e hemiparesia direita. A biópsia foi inconclusiva. DISCUSSÃO: O pseudoaneurisma de ACI é raro e ameaça seriamente a vida. Já que a epistaxe pode ser atribuída a outras causas, são necessários exame físico preciso, para verificar a presença de massa cervical lateral pulsátil, e exame de imagem, como a angiografia, que de início pode ser normal, mas se repetida após 14 dias expõe o pseudoaneurisma. O tratamento objetiva conter a hemorragia e garantir a hemostasia por meio de técnicas como a clipagem cirúrgica, embolização endovascular e ligadura da ACI. A oclusão da ACI pode ser feita para analisar a circulação colateral. CONCLUSÃO: A epistaxe recorrente e intratável é um fator de suspeita de pseudoaneurisma da ACI. O seu diagnóstico e tratamento rápidos são cruciais para reduzir a morbimortalidade por epistaxe grave.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão