CORRELAÇÃO ENTRE VULNERABILIDADES SOCIOECONÔMICA E ACADÊMICA: A TURMA DE INGRESSANTES DE 2021 DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA DA UFC CRATEÚS.

Autores

  • Carmina Maria Gomes de AraÚjo
  • GILVANY GOMESTIFANNY DE SOUSA SOUTO ANA CLARA ROSENDO DE SOUSA
  • Luana Viana Costa e Silva

Resumo

Diante do cenário pandêmico que se vive, os ingressantes em universidades tiveram que dar o primeiro passo na realização desse sonho em um ambiente atípico, sem conhecer pessoalmente o espaço físico da universidade e nem interagir presencialmente com a comunidade acadêmica. Esses e outros fatores, como a crise econômica, podem influenciar na permanência destes no ensino superior. Diante disso, este trabalho teve como objetivo elaborar e analisar o perfil socioeconômico (PS) e acadêmico (PA) dos ingressantes na turma de 2021 do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, a fim de relacioná-los. Houve a participação de 25 ingressantes, equivalente a 55,6% dos matriculados, que embora tenham sido 48, 3 foram reingressantes, não incluídos na análise. Foi elaborado e disponibilizado um formulário, via Google Forms, no início do semestre de 2021.1, com perguntas relacionadas às situações socioeconômica e acadêmica. Associou-se cada opção de resposta a uma classe, conforme definição qualitativa prévia feita pela pesquisa, em: não vulnerável, neutro, pouco vulnerável e extremamente vulnerável sendo atribuído para cada uma a pontuação 3, 2, 1 e 0, respectivamente. Em seguida, as respostas de cada participante foram sistematizadas em planilha, sendo cada uma classificada individualmente conforme a pontuação. O PS continha 11 perguntas e o PA, 24. Foi calculado o total esperado (PS, 33, e PA, 72), relativo à soma máxima possível, e o total obtido por participante, para ambos os perfis. Posteriormente, foi dividido o total obtido pelo total esperado. Os resultados dessas divisões eram inseridos em uma escala para se obter o perfil de cada participante, como segue: extremamente vulnerável, entre 0 e 0,2; pouco vulnerável, entre 0,3 e 0,4; neutro, entre 0,5 e 0,7; e não vulnerável, entre 0,8 e 1,0. No PS, 84% (21) ficaram com classificação neutro e 16% (4) como pouco vulnerável, ou seja, ninguém ficou nas classes extremas. De forma bastante similar, o PA, 72% (18) como neutro e 28% (7) pouco vulnerável, sendo nenhum classificado nos extremos. Pela análise individualizada, foi constatado que 72% (18) dos participantes apresentaram igual vulnerabilidade em ambos os perfis. Já 28% (7) apresentaram perfis com diferentes classificações. A comparação dos perfis individuais reforça o esperado: a situação socioeconômica pode influenciar na ambientação da turma, na motivação nas disciplinas, no rendimento acadêmico e, consequentemente, nos índices de desistências e abandono. Espera-se que este trabalho possa contribuir com ações de fortalecimento do curso na região e, consequentemente, com a melhoria nos índices de desistência. Para trabalhos futuros, sugere-se a aplicação do formulário com os mesmos participantes, no final de 2021.2, a fim de se comparar o progresso dos parâmetros de análise.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

Encontro de Bolsistas do Programa de Acolhimento e Incentivo a Permanência