A CÉU ABERTO: UMA ANÁLISE RIZOMÁTICA

Autores

  • Laila Rayssa de Oliveira Costa
  • Martine Suzanne Kunz

Resumo

O escritor João Gilberto Noll vem estabelecendo seu espaço na literatura brasileira contemporânea com diversas obras, como O Cego e a Dançarina (1980) e A fúria do corpo (1981). Devido a sua importância, enquanto escritor, e como uma forma de torná-lo mais estudado e conhecido, escolhemos o romance A céu aberto (2008) por ser uma obra contemporânea estruturada segundo características da pós-modernidade, como perda de sentido e de referência (SCHOLLHAMMER, 2009). A escritura do livro causa um certo estranhamento durante a leitura, pois temos um texto diferente do que estamos acostumados: não contém traços autobiográficos, não é organizado por capítulos, o enredo não parece linear. Quanto ao narrador, percebemos um sujeito diversas vezes desterritorializado, muitas vezes, enquanto leitores, não sabemos que tipo de realidade o narrador está vivenciando, se é que tudo não passa de um sonho. Dessa forma, a obra aproxima-se do que Deleuze e Guattari (2011) propõem como rizoma, termo que os filósofos tiraram da biologia, o que basicamente se entende por um um sistema aberto, no qual não identificamos um eixo norteador, que se opõe a um modelo arbóreo, este é caracterizado por ter um ponto central que dele partem ramos. O livro a ser estudado já é inicialmente rizomático na sua estrutura por não possuir capítulos, separações, nem mesmo um enredo com início, meio e fim. Desse modo, a partir da análise dessas características tão peculiares, buscaremos perceber a narrativa enquanto uma “rizomática”.

Publicado

2017-05-31

Edição

Seção

IX Encontro de Pesquisa de Pós-Graduação