AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS IMPACTOS DA POBREZA NO DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE COMUNITÁRIA DE COMUNIDADES RURAIS NO BRASIL

Resumo

Os problemas de pesquisa foram a naturalização da pobreza, a culpabilização do pobre por encontrar-se nessa situação e ser o produtor dela, como também, reduzir a pobreza somente à dimensão monetária. A pesquisa procurou mostrar uma visão mais complexa da pobreza, adotando uma compreensão multidimensional, tendo como objetivo geral conhecer os sentidos e significados dos participantes da pesquisa sobre a pobreza e as formas de enfrentamento com essa realidade por parte dos moradores/moradoras das comunidades rurais das regiões Nordeste, Norte e Sul, especificamente das comunidades rurais de Pentecoste (Ceará), Humaitá (Amazonas) e Cascavel (Paraná). Foi utilizada a metodologia qualitativa com a realização de 4 grupos focais em Pentecoste, 5 grupos focais em Cascavel e 5 grupos focais em Humaitá, totalizando 14 com a participação de 150 pessoas. Os dados foram analisados com o suporte do software Atlas Ti, segundo as seguintes categorias: implicações psicossociais da Pobreza Multidimensional, Fatalismo, Bem-Estar, Apoio social, Sentimento de Comunidade e Resiliência. Essas categorias podem ser identificadas como possibilidades e caminhos para enfrentar situações de opressão e marginalização advindas dos contextos de pobreza e também de algumas dificuldades enfrentadas no contexto rural. No entanto, a presença do sentimento de comunidade, a resiliência e do bem-estar favorecem a vinculação com essas comunidades, além dos processos de apoio comunitário, familiar e religioso acompanhados pelo fatalismo, que dificulta o processo de problematização e de conscientização das situações de opressão e desigualdade social. Assim, conclui-se que a pesquisa alcançou seus objetivos, visto que foram identificados problemas e potencialidades nas três regiões pesquisadas, como também ampliou a inserção da Psicologia na construção de análises das implicações da pobreza. Agradecimentos ao CNPq.