O INCONSCIENTE ÓPTICO: APROXIMAÇÕES ENTRE FREUD E WALTER BENJAMIN- PARTE II

Resumo

A presente investigação visou dar prosseguimento aos achados da pesquisa anterior - que abordou a interlocução entre Psicanálise e Filosofia da História a partir da noção de Inconsciente óptico - focalizando, neste momento, a fotografia e o cinema. A metodologia partiu de três eixos de análise estabelecidos a partir dos objetivos específicos. Os eixos abordaram o comparecimento da fotografia e do cinema nas obras de Freud e de Walter Benjamin; as relações entre as referências à fotografia e ao cinema e suas concepções de tempo, historicidade e linguagem; e o mapeamento de teses importantes no tratamento que os dois autores conferiram à experiência do século XX. Desse modo, pode-se relatar que a noção de inconsciente óptico permitiu observar a profunda relação das teses de Freud e de Benjamin sobre o tempo e a historicidade e, ainda, a íntima relação destas teses com as concepções que os dois autores construíram sobre os mecanismos presentes na linguagem. Outrossim, tem-se como resultado parcial a observação de que a noção de Inconsciente óptico ofereceu uma chave interessante para a investigação do tratamento que estes autores conferiram a experiência do século XX por pelo menos duas razões: essa noção permite observar suas teses sobre a linguagem em sua necessária relação com as noções de tempo e história, assim como permite observar o modo como os dois autores foram atravessados pela própria experiência do século enquanto marcado pela emergência de uma relação com a técnica que encontra na fotografia e no cinema a expressão mesma desta experiência. Por fim, é lídimo agradecer à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico por financiar, de modo peremptório, esta investigação.