PREDOMINÂNCIA DE CIANOBACTÉRIAS NO RESERVATÓRIO JABURÚ II NO SEMIÁRIDO CEARENSE.

Autores

  • Beatriz Nobre de Sousa
  • ISADORA TORRES
  • Raimunda Moreira da Franca

Resumo

As cianobactérias são componentes naturais do fitoplâncton, encontradas nos ambientes aquáticos. São capazes de produzir substâncias tóxicas, que coloca em risco a manutenção da qualidade da água, seja para a agropecuária, uso recreacional ou abastecimento público. Desta forma, o presente trabalho propôs realizar um levantamento quali-quantitativo das concentrações de cianobactérias em um reservatório eutrofizado, bem como analisar os riscos potenciais das cianotoxinas para saúde pública. Os dados analisados foram obtidos durante o período de janeiro de 2014 a outubro de 2018 a partir do monitoramento realizado pela Cogerh para o reservatório Jaburú II, localizado no município de Independência - CE. Para identificação e contagem das cianobactérias utilizou-se o método Utermõhl (1958) usando microscópio invertido e câmeras de sedimentação. Os resultados foram expressos na forma de densidade (Cel/mL). A catalogação dos táxons foi realizada a partir de chaves de classificação específicas para cada classe e consultas no site Algaebase. Além disso, o Excel foi usado para fazer os cálculos de densidade e frequência. Diante do que foi observado nas amostras, o reservatório esteve composto por 46 táxons pertencentes a seis classes taxonômicas. A maior concentração (633.984 Cel/mL) dos organismos ocorreu no mês de maio de 2015, caracterizando um período de floração. A classe das cianofíceas representou 97,19% do total de táxons identificados, clorofíceas 1,45%, bacilariofíceas 0,78%, euglenofíceas 0,28%, criptofíceas 0,23% e zignematofíceas 0,07%. Dentre cerca de vinte e dois gêneros de cianobactérias já estudados, a maioria são espécies tóxicas, destacaram-se como a mais alta predominância Dolichospermum, Microcystis e Pseudanabaena. Destaca-se que em ambientes quentes, ricos em nutrientes, as cianobactérias podem se multiplicar rapidamente, criando florações que se espalham pela superfície da água, e podem se tornar visíveis. Contudo, a proliferação de algas e cianobactérias com liberação de toxinas (metabólitos secundários) constitui um problema de saúde pública ambiental que requer atenção constante, com monitoramento efetivo da qualidade da água e do equilíbrio ecológico do ecossistema aquático.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

Encontro de Iniciação Acadêmica