PERSPECTIVAS ATUAIS NA REABILITAÇÃO PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: CONDICIONAMENTO CARDIORRESPIRATÓRIO
Résumé
O mais importante déficit apresentado pós Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a hemiparesia contralateral à lesão encefálica, observada em aproxidamente 85% dos indivíduos (BOHANNON, 2007). Todavia, até a década de 90, havia um receio por parte dos clínicos em realizar o fortalecimento muscular na prática clínica, pela crença histórica até então existente de que o aumento da força geraria um aumento da espasticidade e padrões anormais de movimento. Após a quebra de paradigma estabelecida por Teixeira-Salmela et al. (1999), que observaram em seu estudo que, após um programa de fortalecimento muscular em hemiparéticos crônicos não houve mudança da espasticidade, foi permitido que uma nova abordagem em termos de estratégias terapêuticas fosse pensada e implementada na reabilitação. Nesse sentido, desde a década passada diversas revisões sistemáticas já foram publicadas enfatizando a eficácia do fortalecimento muscular em diversos desfechos, tais como força muscular, atividade e percepção da qualidade de vida, sem o aumento da espasticidade de hemiparéticos (ADA et al., 2006; BOHANNON, 2007; PAK; PATTEN et al., 2008). Entretanto, tem-se observado que, apesar de grandes avanços relacionados à reabilitação pós-AVE, hemiparéticos são aqueles que possuem as maiores incapacidades a longo prazo, quando comparados a sobreviventes de outras condições de saúde (ROGER et al., 2012). Assim, considerando que indivíduos pós AVE estão atualmente sobrevivendo mais com as sequelas deixadas pela condição de saúde (LACKLAND et al., 2014), novas abordagens terapêuticas e relacionadas às demais incapacidades observadas, e não só à fraqueza muscular, devem ser enfatizadas e estudadas na comunidade científica.