Mobilidade funcional e a qualidade de vida de crianças e adolescentes com paralisia cerebral
Résumé
Introdução: A paralisia cerebral (PC) ocasiona limitações funcionais e dificuldades de locomoção, as quais interferem nas atividades e participação social desses sujeitos, consequentemente, na qualidade de vida (QV). Objetivo: verificar a influência das características clínicas, dos dados gestacionais, das variáveis sociodemográficas na mobilidade funcional e QV de crianças e adolescentes com diagnóstico de PC. Método: estudo transversal, composto por 16 crianças/adolescentes com diagnóstico de PC, juntamente com seus pais e/ou responsáveis. Foram avaliadas as características clínicas das crianças/adolescentes, dados gestacionais, dados sociodemográficos, a classificação da função motora grossa (GMFCS), qualidade de vida através do Pediatric Quality of Life Inventory (PedsQL) versão 3.0 e mobilidade com a escala de Mobilidade Funcional (FMS). Resultados: a idade média das crianças foi de 10,3 ± 4,3 anos. A topografia e tipo de PC mais encontrado foi a quadriplegia espástica. A maioria dos indivíduos apresentaram GMFCS nível V e 43,8% utilizavam a cadeira de rodas para se locomover em 5 e 50 metros e 56,3% para se locomover em 500 metros. Ao correlacionar o GMFCS com a FMS (5, 50 e 500m) e com QV, foi possível observar um desfecho significativo nas quatro variáveis (p<0,001) demonstrando que, quanto maior for a gravidade da PC, menor será a mobilidade funcional e a QV. Conclusão: as características clínicas da PC influenciam na mobilidade funcional e na QV de crianças/adolescentes com PC, demonstrando forte correlação entre GMFCS, mobilidade funcional e QV. Aqueles que apresentavam GMFCS V, apresentaram menor mobilidade funcional e menor QV.