AVALIAÇÃO DO POTENCIAL AURÍFERO NOS SEDIMENTOS DO VALE DO RIO POTI, CEARÁ, BRASIL

Authors

  • Natália Lacerda Lacerda Porto Manhaes Graduação em Geologia - Universidade Federal do Ceará
  • Roberto Andrade Graduação em Geologia - Universidade Federal do Ceará
  • Christiano Magini Departamento de Geologia - Universidade Federal do Ceará
  • Sebastian Chiozza Departamento de Geologia - Universidade Federal do Ceará

Keywords:

Ouro, Rio Poti, Aluvião

Abstract

O ouro, conhecido pelo seu valor e status na sociedade, é um bem mineral que na sua história teve a exploração pioneira em sistemas sedimentares aluvionares devido a facilidade de extração. Com os indícios de concentrados de bateia no Rio Poti, que nasce no estado do Ceará e corre para o estado do Piauí, vislumbrou-se um possível potencial aurífero nessa região. Com o objetivo de avaliar esse potencial e os possíveis modelos de ocorrência do ouro, delimitou-se uma área a cerca de 60 quilômetros a oeste da cidade de Crateús-CE. Em locais selecionados, foram realizadas coletas de sedimentos tanto do paleoterraço do rio, quanto do leito ativo, totalizando 14 amostras que foram concentradas e analisadas em laboratório. Desde o primeiro ponto no Ceará até o último, no estado do Piauí o ouro foi identificado em praticamente todo percurso, de aproximadamente 35 km. Geologicamente, a área está inserida na divisa de duas grandes províncias, a Província Borborema na porção leste, e a Província do Parnaíba (Bacia do Parnaíba) na porção centro-oeste. A configuração geológica sugere que a Província Borborema pode ser fonte de ouro e a Provincia Parnaíba se apresenta como região de acumulação desse metal em sedimentos de aluvião, devido a erosão e drenagem dos materiais provinientes das rochas cristalinas. Com base na análise do imageamento aerofotográfico contrastado com observações de campo, foi possível delimitar diferentes condições de sedimentação, reconhecendo-se paleoterraços conglomeráticos com matriz arenoargilosa nas bordas do vale e areias finas a grossas e cascalheiras seixosas no leito ativo. Os estudos mostram que o ouro é superficialmente puro, e que sua granulometria varia de 100 a 600 micras, com as maiores concentrações ocorrendo nos paleoterraços.

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Published

2024-09-28

Issue

Section

Artigos